O mercado de live marketing é uma área da comunicação que abrange eventos, ativações, promoção de vendas, ações de incentivo e trade marketing. Essas diversas áreas têm as fronteiras cada vez mais difusas, o que faz com que o setor ignore rótulos.
A visão sobre os assuntos que marcaram o ano de 2022, uma tradição do Promoview, tem por objetivo gerar insights e discussões que poderão embasar argumentações do leitor.
1 – 5G
O 5G vai trazer novos rumos e deve modificar o modo como são entregues experiências em grandes eventos. Apesar de termos nos acostumado a consumir conteúdos de forma passiva e linear, no formato de vídeo, em grande parte, com a chegada do 5G surge a oportunidade de novos tipos de produção, novos formatos e comportamentos de consumo.
A narrativa se torna cada vez mais imersiva, tendo o consumidor como parte ativa do projeto. Já nas experiências ao vivo, essa tecnologia possibilita transformar ambientes, mudar cenários, ‘transportando’ as pessoas no tempo e espaço. Sensações poderão ser provocadas a partir de storytelling imersivos, o que muda todo o jogo, toda a experiência.
As marcas têm uma oportunidade muito significativa nesse sentido. Você pode integrar sua ativação em um estande em um evento com o DOOH (digital out of-home) onde a campanha continua, com a mídia que você entrega via programática, com um push no celular da pessoa que está no espaço e promover uma experiência que utiliza AR.
2 – O futuro do smartphone
Símbolo da evolução digital, o telefone inteligente está em xeque em função do surgimento de outros equipamentos como wearables, mas pode ganhar um novo significado considerando que vários outros eletrônicos estão fazendo parte da vida das pessoas. Alimentado por uma conexão 5G, o smartphone aparece como uma espécie de portal, uma central de inteligência que comanda wearables, IoTs e até mesmo carros. Com assistentes pessoais em bilhões de aparelhos, o smartphone pode servir como um sensor de localização e um sinal de preferências individuais dentro da casa, dando mais contexto aos comandos e enriquecendo a experiência da casa digital, transformando a rua numa extensão da casa, e tornando os comandos dentro de casa mais contextualizados e eficientes.
3 – Live Commerce
Em um contexto em que a comunicação está hiper focada no audiovisual e com o surgimento de influenciadores e públicos cada vez mais nichados, o live commerce encontrou o terreno mais fértil possível para vingar e gerar faturamentos sem precedentes.
A estratégia que já faz sucesso há algum tempo na China, onde movimenta bilhões de dólares, está se enraizando nos Estados Unidos apenas agora, e já vem gerando frutos em maior escala no Brasil.
A produção de transmissões ao vivo para oferta de produtos já foi usada entre os grandes varejistas nas edições recentes da Black Friday brasileira.
Porém, esta tendência, que traz um volume imenso de engajamento, avança mais um passo rumo à potencialização de vendas de diferentes nichos e tamanhos de empresa.
Em 2022 o segmento de Live Marketing ganhou uma empresa especializada neste tipo de ação. A Oli foi criada para profissionalizar a abordagem e aproveitar esta forte tendência, criando soluções de tecnologia e operação para alavancar vendas com vídeos.
4 – Inteligência Artificial (I.A.)
Nos dias atuais, várias empresas ainda fazem um uso bastante restrito da IA, mas ela é capaz de acrescentar muito na comunicação assertiva e na conquista de novos clientes.
Através dessa tecnologia, são feitas segmentações com mais precisão de audiência e a mensuração dos resultados das interações que orientam tomada de decisões e geram um melhor resultado, o que possibilita o lucro máximo e otimização de custos. A Inteligência artificial somada às novas tecnologias digitais criarão novas profissões, tornando bem mais ágeis aqueles trabalhos repetitivos e cansativos.
Vale lembrar que a comunicação e a publicidade são áreas muito humanas e é praticamente impossível que uma tecnologia de programação substitua o relacionamento entre o público e as marcas, mas é um recurso que pode aprimorar a entrega do job para os profissionais criativos do setor.
5 – Data marketing
As campanhas e ações de marketing não se baseiam mais em achismos. Os dados têm sido cada vez mais responsáveis por orientar as campanhas de marketing, ajudando as marcas a realizarem ativações e experiências cada vez mais certeiras.
Segundo um estudo realizado pela Salesforce, 78% dos profissionais de marketing disseram que o engajamento do cliente é baseado em dados e 83% creem que a habilidade de atenderem às expectativas dos clientes é dependente de tecnologias digitais.
Para 2023, os profissionais do setor preveem um crescimento de 75% na quantidade de fontes de dados utilizadas. Portanto, a coleta e análise de dados é uma forte tendência de marketing para o ano que vem.
6 – Avatares
Se você costuma usar redes sociais ou já criou uma conta pessoal em alguma plataforma, é muito provável que você carregue uma foto de si mesmo ou que de outra forma personalize sua conta.
No caso de um avatar 3D, ele não apenas parece com você, mas pode ser personalizado da maneira que você desejar, desde a roupa e o cabelo até tatuagens e qualquer outro detalhe. O avatar é fundamentalmente um tipo de manifestação de um usuário dentro de ambientes imersivos e digitais, como o metaverso. Marcas e personalidades das mais variadas áreas têm apostado nesse recurso, como Magalu, Samsung, Sabrina Sato, e muitas outras.
7 – Crescimento da cultura de conteúdo e da interação digital
Já se percebe as consequências da Revolução 4.0, que gerarão produtos e serviços advindos da nanotecnologias, neurotecnologias, robôs, sistemas de armazenamento de energia, drones e impressoras 3D. Haverá um crescimento da produção de conteúdo e uma customização deste, a propaganda ganhará novas mídias (que nascerão e morrerão mais rapidamente). Os cinemas se aliarão com as tecnologias VR, gerando novas experiências interativas e aumentando ainda mais a receita para o setor. Os principais produtos comprados por essa geração serão automóveis elétricos, conteúdos de streaming e eletrodomésticos inteligentes.
8 – Concorrências
Para colocar tudo isso em prática a serviço da comunicação, serão necessárias agências bem estruturadas. Mas, ao contrário da tecnologia, a relação com as empresas contratantes não evoluiu. Bem antes da pandemia, o mercado de live marketing exigia mudanças na relação com as empresas contratantes, principalmente em relação à concorrências.
Este sistema de seleção representa uma das questões mais sensíveis no relacionamento entre as agências especializadas e seus clientes. Para essas empresas, processos de concorrências com várias agências, feedbacks e briefings pouco esclarecedores e negociações feitas de maneira praticamente unilateral são inadmissíveis.
Mesmo durante a Covid-19, quando as aglomerações foram proibidas, a insensibilidade das empresas contratantes ficou latente. Grande parte das agências e empresas tiveram prejuízos de cerca de 75% no faturamento até o fim de 2020.
O mercado esboçou uma reação inicial que foi perdendo força e desapareceu com a volta plena das atividades no final de 2021.
Entidades, agências, profissionais e veículos da área de live marketing concordam, em sua maioria, que a situação seria melhor com algumas mudanças, por exemplo, que as agências pudessem trabalhar com contratos longos, com pelo menos 12 meses de validade; que processos concorrenciais tivessem no máximo três agências e que essa seleção seja remunerada, pois elas trabalham em projetos estratégicos e criativos que exigem investimentos na contratação de profissionais.
Por fim, no caso dos pagamentos, eles deveriam ter 50% de forma antecipada com o saldo pago em no máximo 30 dias depois da entrega final, para jobs com entrega única, ou pagamento com fee mensal, para projetos recorrentes.