No último final de semana (15 e 16 de outubro), vimos espetáculos deprimentes no futebol brasileiro, em Recife e em Fortaleza.
Que pecado. Logo no nordeste do Brasil, onde o público costuma apoiar os esportes, de maneira incondicional.
Todas as frases de indignação, conclamando punições, foram ditas, em todos os programas de TV, nos sites, e na imprensa em geral. Para quem quisesse ouvir.
Agora, acontecerão os procedimentos de praxe.
Como sou um profissional da área de marketing, fico em busca de soluções para aquelas empresas que tem seus nomes e marcas, estampadas nas camisas dos clubes.
Se estivesse no lugar do profissional, que comprou estes patrocínios, estaria sem dormir.
É muito interessante, pois se fala aos 4 ventos de marketing esportivo, com teorias fantásticas de visibilidade de marca, retorno, traços de imagem, enfim, uma série infindável de argumentos, para se vender patrocínio nos esportes.
Entretanto, quando uma situação dessa natureza acontece, os nossos marqueteiros do esportivos, desaparecem.
Imaginem vocês, por um momento, que a marca da empresa que você representa, está na camisa daquele atleta que empata um jogo de vida ou morte, para as pretensões de seu clube no ano e comemora. Mas, na sequência, se arrepende e vai provocar a torcida adversária.
E esta atitude, vira um estopim para uma confusão generalizada, terrível, com cenas lastimáveis. E sua marca acaba ganhando audiência nacional, em uma batalha campal. E, para melhorar, aquela confusão passa a ser o assunto de toda semana.
Dois jogos, muito importantes para o futebol brasileiro, que se tornam péssimos exemplos para todos que adoram esportes.
E você, como representante do marketing esportivo de uma destas marcas, acaba tendo que comemorar, uma vez que, ao invés de uma, foram duas demonstrações de falta de bom senso, profissionalismo e selvageria, simultâneas. Dois jogos importantes para o campeonato, que não terminaram, o que acaba tirando um pouco o foco, a visibilidade de todos os patrocinadores dos clubes.
Afinal são 4 envolvidos, e não dois (isso se considerarmos um patrocinador por clube), o que realmente diminui o protagonismo das marcas.
Eu fico me perguntando: E agora? O que estas empresas têm a fazer? Nada? Fingir que este assunto não é com elas?
Impressionante, a total omissão de cada uma delas.
Neste ponto um engraçadinho me diria: mas Luiz, basicamente são casas de apostas, que não tem muito esta pegada de cuidado com suas marcas.
Tendo a discordar. E chamo a atenção, pois temos produtos e serviços envolvidos também.
Pensem comigo: você é o cara que decide.
O que você faria?
Qual a proposta de ação você levaria à direção de sua empresa?
Não se envolveria? Quando isso acontece, acaba que quanto mais mexe, os resultados são ainda piores?
O que está escrito nestes livros fantásticos, com teorias brilhantes, sobre situações desta natureza? O que, ou quem, pode te ajudar a tomar uma decisão?
Difícil não?
Mas. O que está previsto no contrato?
Meus amigos, respostas muito difíceis.
Está pra nascer o dia, após tragédias como estas, em que uma das empresas irá se posicionar em relação aos danos de imagem, proporcionados pelas cenas apavorantes que vimos: crianças sendo retiradas com ferimentos, homens e mulheres, simples torcedores, amedrontados com o que estava acontecendo, e com direito a uma cena das mais estúpidas, quando um torcedor agride, aos chutes, uma mulher caída no gramado do estádio. Pasmem, era uma bombeira tentando fazer o seu trabalho de dar proteção e atendimento, àqueles que estavam sendo agredidos.
Concluindo.
Eu que sou um defensor contumaz de punição para atletas, que tiram a camisa quando vão comemorar um gol, neste caso, se representasse o marketing do clube em questão, ficaria muito feliz quando o atleta tirou a camisa. Afinal, para se ver o espetáculo proporcionado pela sua irracionalidade, enquanto ser humano, nada melhor do que estar sem camisa, sem oferecer este retorno de visibilidade ao patrocinador.