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Salvador ganha a primeira Casa Nordestesse fora de SP

Plataforma criada pela jornalista baiana Daniela Falcão abriu loja no Shopping Barra na primeira quinzena de agosto com 15 marcas de moda e decoração dos 9 estados do Nordeste.


A Casa Nordestesse foi inaugurada em Salvador no dia 10 de agosto e apresenta 15 marcas de moda, uma seção de decoração e outra dedicada à degustação e comercialização de produtos de gastronomia reconhecidos e pouco conhecidos, como cafés, geleias, cachaças, doces e outras iguarias.

Dentre as 15 marcas de moda, 7 delas são baianas (consulte a lista abaixo). Além disso, entre os destaques está Gefferson Vila Nova, renomado pela sua impecável alfaiataria masculina, que estreou na SPFW no último mês de maio. Também se destaca Sillas Filgueira, um participante dos desfiles da Casa dos Criadores, uma relevante vitrine da moda nacional.

“Daniela Falcão destaca que marcas baianas reconhecidas tinham atendimento somente em seus ateliês, sem um ponto aberto ao público em Salvador. A Casa Nordestesse tem a intenção de permitir que os amantes da moda em Salvador possam apoiar e adquirir com mais facilidade as criações dos estilistas locais”, menciona Daniela Falcão. Ela acrescenta: “Nos próximos meses, planejamos ampliar a participação de marcas baianas”.

A Casa Nordestesse também tem a missão de reunir, em Salvador, o que de melhor a moda autoral do Nordeste tem a oferecer, tirando proveito do fluxo turístico significativo da cidade. “Atualmente, não há um espaço que congregue os grandes nomes da moda nordestina, como Foz de Alagoas, Marina Bitu do Ceará e Catarina Mina. Nós acreditamos que Salvador é o local ideal para esse polo”, completa Daniela.

A escolha do Shopping Barra, uma verdadeira instituição da cidade e localizado próximo a hotéis e atrações turísticas como o Farol da Barra e o Centro Histórico, foi feita com o intuito de acomodar tanto os moradores quanto os visitantes temporários da cidade.

A curadoria da seção de decoração busca ressaltar a tradição artesanal da região, com foco em artesanato manual como cerâmica, cestaria e tapeçaria. Um destaque é a contribuição de Kennedy Bahia, renomado tapeceiro baiano falecido em 2005, cujo legado é mantido por Cinthia Kennedy, sua filha. Kennedy Bahia, de origem chilena, é conhecido pelas tapeçarias que mesclam elementos da flora e fauna amazônica, onde ele viveu durante a juventude, com cenas do cotidiano de Salvador nas décadas de 60 e 70. Na Casa Nordestesse, haverá um espaço dedicado a suas peças de tapeçaria e cerâmica, incluindo louças, azulejos, moringas e vasos. Além disso, há planos de reintroduzir toalhas de praia, um item cobiçado por quem visitava Salvador.

A área de gastronomia contará com uma seleção de produtos curados pela Kassuá, uma empresa paraibana especializada em geleias, cachaças, queijos e doces premiados, bem como iguarias incomuns como picles de maxixe e chimichurri de ervas do sertão. Aos sábados, haverá sessões de degustação de cachaças.

“Nosso objetivo é ser um embaixador da gastronomia, moda e design autoral do Nordeste, tanto para os residentes de Salvador quanto para os turistas que desejam levar consigo o melhor de nossa criatividade”, encerra Daniela.

CASA NORDESTESSE SALVADOR: Localizada no Shopping Barra, piso L4. Aberto de segunda a sábado das 09h às 22h, e aos domingos das 12h às 20h.

CONHEÇA AS MARCAS:

Gefferson Vila Nova (moda masculina):

Com a proposta “Streetwear Made in Bahia”, Gefferson Vila Nova é uma marca que mescla o estilo esportivo com a precisão da alfaiataria, criando peças jovens e clássicas ao mesmo tempo, frequentemente apresentando cortes esculturais. Reconhecido por sua criatividade, Gefferson enfatiza a importância do corte e do caimento, dando origem a formas e silhuetas impecáveis, mesmo com um toque super urbano.

Sau (moda praia):

A Sau é uma marca de moda praia que busca conferir estilo e feminilidade a todas as mulheres que apreciam o mar, independentemente de serem esportistas ou não. Enquanto no começo sua especialidade eram os bodies e hot pants combinados com tops amplos, ideais para atividades esportivas, hoje a Sau oferece uma coleção completa que transcende as areias, apresentando peças resort com um toque rústico de sofisticação. Essas peças são versáteis o suficiente para serem usadas tanto na praia quanto na cidade.

Sue (moda praia):

Com experiência adquirida em marcas como The Row e Patricia Bonaldi, Sue Sampaio uniu sua bagagem profissional e lançou sua própria marca, Sue, há um pouco mais de um ano. A marca baiana de slow fashion foca em biquínis com sutiãs de franjas, maiôs que transitam da praia para um clube e estampas delicadas de orixás.

Funlab (moda esportiva):

A Funlab é uma marca de sportswear que vai além do ambiente da academia, apresentando peças para mulheres ativas, que desempenham múltiplos papéis sem comprometer a moda. A linha resort da marca traz peças de linho misto e algodão, com estampas autorais inspiradas em xilogravuras e literatura de cordel.

Marina Bitu (moda feminina):

Marina Bitu é uma marca cearense que incorpora o espírito do Nordeste com um toque global. Fluidez, movimento, cores e modelagens simples são características marcantes da marca, que ficou famosa por seus plissados leves e fluidos inspirados nos músicos de sanfona, além de camisetas divertidas que remetem aos letreiros de bares e restaurantes do interior da região.

Foz (feminino/masculino):

O nome da marca alagoana Foz não é escolhido ao acaso. Fundada em 2020 após uma viagem pelo Rio São Francisco realizada por Antônio Castro, estilista da marca, a decisão de resgatar os saberes artesanais ancestrais do estado foi tomada. A ideia era trazer à tona as histórias das comunidades ribeirinhas. Dessa forma, bordados, tricôs, entalhes, cestarias, cerâmicas e rendas são os elementos primordiais na construção da essência da marca. A Foz adota uma abordagem intensa de slow fashion, produzindo apenas uma coleção por ano para honrar o ritmo autêntico da produção artesanal.

MB Conceito (moda masculina):

Originária de Feira de Santana, a MB Conceito é uma marca baiana que abraça um estilo de vida descontraído, confortável e voltado para o slow fashion. Com um enfoque na representatividade negra em sua essência e comunicação, a marca combina minimalismo, artesanato e produção manual em suas peças de patchwork requintado.

Elis Cardim (moda feminina em crochê):

A Elis Cardim, marca baiana, é responsável pela criação de saias, tops, kimonos e vestidos em crochê, utilizando fios de seda pura. Elis tem direcionado seus esforços para incorporar elementos de luxo à sua marca, apostando em peças exclusivas feitas com matéria-prima nobre proveniente de comunidades artesanais da Bahia.

Catarina Mina (moda feminina):

As bolsas de crochê com detalhes em palha da Catarina Mina, uma marca cearense, conquistaram admiradoras em todo o Brasil e também no exterior. A criatividade nas combinações de cores e as tramas habilmente realizadas pelas artesãs lideradas por Celina Hissa, a fundadora, são os pilares dessa conquista. Além disso, a marca é notável por sua transparência no processo de produção, acumulando diversos prêmios.

Matulão (bolsas):

Seria um acessório ou uma peça de decoração? Possivelmente ambos! O Estúdio Matulão, conhecido por seu design robusto que utiliza madeira e couro como principais materiais, cria bolsas que escapam das tendências, sempre com formas geométricas estruturadas, visando à atemporalidade das peças produzidas a partir do artesanato de Fortaleza.

Kennedy Bahia (louça e tapeçaria):

De origem chilena, Kennedy Bahia foi um dos principais tapeceiros do Brasil. Ele conquistou reconhecimento nacional e internacional ao trazer à vida peças multicoloridas que representam principalmente a Bahia, o estado que adotou como seu nome artístico, tornando-se um importante divulgador da cultura local. Com formação em engenharia de mineração, trabalhou por muitos anos na extração de ouro na Amazônia, utilizando a fauna e flora da floresta como fonte de inspiração.

Foto: Divulgação