Virou uma espécie de moda nas coletivas da Eurocopa 2020 o ato de jogadores removerem produtos de patrocinadores do enquadro da câmera.
Primeiro com Cristiano Ronaldo, cuja crítica à Coca-Cola antes da partida com a Hungria, e depois com Paul Pogba e Manuel Locatelli, que respectivamente retiraram de cena itens da Heineken e da Coca durante suas reuniões com a imprensa.
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A situação ficou tão fora de controle que agora a Associated Press informa que a Uefa interviu diretamente com os times da competição para interromper o movimento.
Responsável pela realização do torneio europeu, a organização fez o pedido nesta quinta (17), a todos os jogadores convocados pelas seleções que jogam pela Taça, com o diretor do evento Martin Kallen em pessoa comunicando oficialmente o movimento.
Ainda de acordo com AP, Kallen teria reforçado aos atletas que a presença dos itens é fundamental pois “a receita dos patrocinadores é importante para o torneio e ao futebol europeu”, além de que as regras determinam que a Uefa cumpra com as promessas feitas aos mesmos.
A exceção parece ser feita a jogadores com objeções religiosas, aos quais o diretor confirma que as garrafas envolvidas não necessariamente precisam estar presentes na bancada.
O pedido não é feito à toa, naturalmente. Dois dos doze patrocinadores da edição deste ano, a Coca-Cola e a Heineken estão previstas para contribuir com quase 2 bilhões de euros à receita da Eurocopa 2020, segundo a Bloomberg, e este dinheiro também beneficia as Seleções, que dividem 371 milhões de euros entre si para compensar os jogadores pela participação.
Além disso, todos os clubes envolvidos recebem coletivamente pelo menos 200 milhões de euros por concordarem em liberar seus atletas aos jogos.
Vale dizer que nem todo mundo anda incomodado com a relação. O treinador da Rússia Stanislav Cherchesov chegou a abrir uma garrafa de Coca-Cola na coletiva anterior ao jogo da equipe com a Finlândia, onde venceu por 1 a 0.