Estevam Romera*
Uma boa exposição na internet é uma boa vitrine de vendas? Dizem os especialistas em webdesign que o site proporciona comunicação em larga escala a baixo custo e por isso é considerado uma das ferramentas mais eficientes para chegar a potenciais clientes.
“A internet é democrática e universal. Para empresas de pequeno ou médio porte, estar na internet é garantia de exposição 24 horas por dia, sete dias por semana, o que consequentemente pode impulsionar as vendas”, afirma Estevam Romera, sócio da agência de design VSEIS.
De acordo com Romera, o formato do site para e-commerce requer mais planejamento e apresenta características distintas dos institucionais. “Um bom site deve ser simples, autoexplicativo, para que de forma rápida, o usuário encontre tudo o que procura. Ele não deve precisar acessar mais de quatro ou cinco links para encontrar o que busca”, afirma.
Aliado a isso, um layout agradável, que expresse a personalidade da empresa, ajuda a garantir a identidade e, por consequência, a credibilidade da instituição. Um site pode até ser funcional, mas com um layout ruim, ele pode dar a falsa ideia de que os produtos que oferece não têm qualidade inviabilizando a venda à distância.
Se o cliente não pode usar o tato, o olfato e o paladar para saber como é o produto, a internet tem que usar e abusar do sentido da visão. Por isso que o uso correto e dosado das cores é uma das preocupações doswebdesigners. “Com elas, conduzimos o olhar e as sensações do usuário. As cores proporcionam pesos diferentes aos detalhes que merecem mais ou menos destaque”, explica Rommel Lima, diretor de Arte da VSEIS.
Outro recurso importante, se a intenção é aumentar o número de page views e vendas, é tornar o site bem cotado nos buscadores. A configuração técnica com que é elaborado ajuda a qualificá-lo em mecanismos como o Google, por exemplo. “É necessário fazer um trabalho de otimização chamado Search Engine Optimization, que garante o posicionamento de um site nas primeiras páginas de busca”, diz Rodrigo Maizza, diretor de Desenvolvimento da VSEIS.
IPT
O sucesso do site pode ser medido pelo retorno que ele traz. Um exemplo disso é o novo portal do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) de São Paulo, lançado no aniversário de 110 anos da instituição. O IPT possui 12 centros de pesquisa que juntos oferecem mais de 250 soluções inovadoras para diferentes mercados. O desafio do novo site era mostrar toda esta expertise de forma clara e prática. Com cerca de dois meses no ar, o site reestruturado já fez duplicar o número de demandas recebidas por meio eletrônico na central de relacionamento.
Segundo Gabriela Monteiro da Silva Pereira, do IPT, o novo site faz parte da estratégia do Instituto de facilitar a interação com seu público. “Graças ao entrosamento e sinergia da equipe de marketing do IPT com a equipe VSEIS, conseguimos disponibilizar no site todas as soluções tecnológicas que o Instituto oferece com navegação bastante acessível.
Com o novo portal, não é mais necessário conhecer o que cada centro tecnológico faz para chegar ao assunto que o internauta procura. Basta que o usuário faça a busca por uma palavra-chave para ter acesso a todas as pesquisas desenvolvidas pelos centros tecnológicos do IPT.
Para Rubens Vaz, da VSEIS, ao desenvolver um site, além de atender ao que o cliente pede, é preciso se colocar no lugar de quem vai navegar naquele ambiente. “O perfil do internauta que visita o site do IPT é de quem busca soluções inovadoras, já que o próprio instituto tem esse foco de trabalho. O acesso ao conteúdo cruzado facilita muito a vida de quem busca essas informações”, explica Rubens.
Se o usuário demanda facilidade e agilidade na obtenção de informação, também o cliente, dono do site, necessita dessa agilidade para que o seu gerenciamento não comprometa a produtividade de trabalho. No caso IPT, o novo site trouxe também uma ferramenta customizada que gerencia e atualiza o conteúdo de maneira simples e rápida.
Naturais da Amazônia
Outro exemplo de como a internet pode ser essencial para as vendas é a empresa de cosméticos naturais, de Belém (PA), a Naturais da Amazônia. Arnoldo Luchtenberg, diretor da empresa, tinha grande experiência em levar internet, via satélite, para regiões remotas da Amazônia. Em contato com a floresta, teve a ideia de vender cosméticos 100% naturais produzidos com “ingredientes amazônicos” por intermédio da internet.
Hoje, toda a produção da empresa é comercializada pela web: 650 mil potes de cremes, um milhão de vidros de óleos e 90 mil sabonetes por ano de 12 cadeias produtivas como andiroba, babaçu, buriti, pracachy, castanha do Pará. A propaganda da Naturais da Amazônia, que tem 90% de sua produção destinada ao mercado externo, também é feita pela rede através de e-mail marketing, por exemplo. “A web é o maior canal de negócios que existe. A logística necessária para vender cosméticos de produtos extraídos da floresta seria inviável se não fosse a internet”, afirma.