Experiência de Marca

Uma Final Rubro negra. E una Solución de media boca.

Desculpem, mas devo começar este artigo com uma sonora gargalhada.

Desculpem, mas devo começar este artigo com uma sonora gargalhada.

Prefiro  apontar os meus enganos de linguagem, do que, como diria o grande Nelson Rodrigues, esperar que os “idiotas da objetividade” os apontem.

Mesmo assim a expressão de media bocame parece clara e fácil de entender para todos nós.

Explico.

A CONMEBOL, nossa sensata confederação Sul-Americana de Futebol, tomou uma decisão das mais brilhantes, ao copiar o modelo usado na Champions League /UEFA, na Europa; ao começar a disputa do campeonato, todos os participantes sabem, que a final, será jogada em um único jogo, numa sede indicada previamente.

Para mim é impressionante como adoramos copiar o que vem de fora, sem um mínimo de análise. Sem um olhar crítico para a ideia que um ser ofereceu, em uma reunião e, nenhum dos outros estrelados membros da tal entidade, se deu ao trabalho de fazer alguma ilação, para usar um termo bem chegado a estes meios repletos de pompa, mas que não levam nenhuma circunstância em consideração.

Para construir um pensamento, simplista mesmo, convido todos a pensarem em, como a NBA resolve esta questão de finais. Acho que não cabe nenhuma dúvida sobre a capacidade que eles têm de realizar grandes eventos esportivos e proporcionar ganhos expressivos para a própria liga, para os clubes, para os mídia partners.

São 7 jogos, entre os dois finalistas3 na casa de cada um, e um último na casa de quem teve melhor desempenho na fase de classificação. Simples assim.

Sete eventos repletos de gente, muita mídia, exposição de marca, retorno para patrocinadores. Um baita de um sucesso, para não dizer outra coisa.

Um exemplo, bem diferente deste, é a final do futebol americano. Depois de semifinais disputadíssimas, um único evento decide o campeonato, com atrações impressionantes. O espaço de mídia mais caro da tv americana. Um show de magia, esporte, luzes, enfim tudo que faz com que uma mera partida de futebol americano, se transforme em um dos maiores espetáculos da terra.

Na NFL, também sabemos onde é a final, no início do campeonato e os que pretendem assistir ao vivo já se programam para ir e vir. Tudo muito fácil.

A final da Champions guarda o mesmo formato, mas ainda conta com o reforço, de que as torcidas já sabedoras, se programam com antecedência para estarem ou não presentes no estádio que receberá a partida final.

Transporte fáciltrem, avião. Rede hoteleira enorme e de boa qualidade. 

Viu, Luiz, a ideia é boa. Estamos seguindo o exemplo do 

   que há de mais moderno no mundo. Você está sendo   

  muito crítico.

Pode ser. Mas acho que não.

Vejamos o sucesso que a tal Conmebol do Sr Alejandro conseguiu.

Antes um parêntesis; se for jogar na mega-sena, pergunte a ele em que números vai jogar, pois assim você já elimina um monte.

São quatro anos deste novo modelo.

Ano 1 – FLAMENGO X RIVER PLATE, no Peru.

Ano 2 – PALMEIRAS X SANTOS, no Maracanã, em plena pandemia.

Ano3 – FLAMENGO X PALMEIRAS, no Uruguai.

Ano 4 – FLAMENGO X ATLÉTHICO PARANAENSE, no Equador. Com um detalhe: em uma cidade com cerca de 25 mil habitantes, uma malha aérea Brasil/Equador muito pequena, e os preços das passagens aéreas, em média, 7 mil reais, saído do Rio e 6 mil, de Curitiba.

Fora o ano 2 (estádio vazio), em nenhum dos outros três jogos tivemos casa cheia, para abrilhantar o espetáculo.

O último então, parecia um jogo médio do Brasileiro.

Na véspera da final havia a promoção, compre 1 e leve 2 ingressos. E só para melhorar, FLAMENGO X CORINTHIANS, no Maracanã, tivemos mais de 60 mil espetadores, num jogo que não valia muita coisa, a ponto de o time rubro negro estar praticamente de férias e, escalado os reservas em 70% do tempo de jogo.

Parece que perdemos muita coisa.

Mas vamos lá.

Esqueçam os aspectos de segurança, pois não faz muito sentido, principalmente do ponto de vista esportivo, tomar uma decisão deste tamanho, por conta da ineficiência da organização de grandes eventos. 

Podemos e temos todas as condições de realizar grandes eventos, com segurança.

Com um jogo único, aqui na Sud America, perdemos as torcidas, a rivalidade sadia.

Perdemos a possibilidade de termos 2 grandes jogos.

Perdemos a possibilidade de oferecer, aos patrocinadores, maior visibilidade.

Perdemos a oportunidade da economia girar, principalmente nas cidades sedes.

A mídia deixou de ganhar, por só proporcionar 1 única transmissão a seus expectadores.

Ah como somos capazes de fazer lambanças desta natureza.

Mas Luiz, o calendário é apertado!

Ótimo, retire do campeonato o que não dá resultado.

Mas enfim. A final rubro negra aconteceu sem o brilho das torcidas do furacão e do urubu. Dois espetáculos a parte, que certamente encantariam o mundo. A final do campeonato parecia ser de um torneio qualquer, sem nenhum interesse dos torcedores.

Para que o estádio não estivesse com 15 mil espectadores somente, nossos dirigentes sud americanos distribuíram ingressos a rodo.

Os dois times não mereciam isso.

Uma grande partida. Muito disputada e que, surpreendentemente, foi aberta com uma cerimônia simples, mas muito bonita e bem executada.

Para 2023, parece que os dirigentes, querem fazer a final em São Paulo, no estádio do Morumbi.

Eu, pessoalmente, apesar de morar em São Paulo, gostaria que a próxima final fosse em 2 jogos, nas sedes dos classificados, no formato de ida e volta.

Chances de isso acontecer, nenhuma.

Seria muito interessante ouvirmos aqueles que patrocinam; aqueles que põem a grana no espetáculo, direta ou indiretamente, e deveriam se preocupar muito com a qualidade do espetáculo em si. Nada de torcer. Somente avaliar e fazer com que seu investimento tenha o melhor retorno. Simples assim.

Até o ano que vem, em 11 de novembro, data já marcada para a grande final.