Quando François Clicquot faleceu em 1805, apenas sete anos após seu casamento com Barbe-Nicole Ponsardin, a veuve (viúva em francês) optou por continuar os negócios de vinho e têxteis de seu falecido marido.
A mulher de 27 anos tomou corajosamente as rédeas da empresa, tornando-se uma das primeiras mulheres de negócios no século XIX a dirigir um empreendimento internacional.
Embora a empresa tenha sido originalmente fundada em 1772 pelo pai de François, Philippe, foi somente quando Barbe-Nicole assumiu o comando que ela se transformou em Veuve Clicquot, uma das maiores e mais populares casas de Champagne do mundo.
Agora,-a marca icônica está comemorando seu 250º aniversário, prestando homenagem a sua matriarca com a Solaire Culture, a primeira exposição itinerante global da empresa.
A experiência evoca o legado da Veuve Clicquot através de uma variedade de instalações – incluindo obras de 10 artistas mulheres que foram convidadas a criar peças originais inspiradas na Madame Clicquot e na casa de Champagne.
“É muito raro poder celebrar os 250 anos de uma empresa – estamos muito orgulhosos disso”, disse Jean-Marc Gallot, CEO da Veuve Clicquot.
“O nome da empresa é Veuve Clicquot, e tudo o que fazemos está no espírito da Madame Clicquot – um espírito de audácia e empreendedorismo”, acrescentou.
Esse espírito, de acordo com Gallot, também está presente no tema geral “Solaire“.
“Solaire como o amarelo do sol, quando o sol nasce no início do dia e tudo é possível”, explicou ele.
“Queríamos prestar homenagem a todas as pessoas que têm trabalhado nestes 250 anos para fazer um vinho melhor, mas também para criar um elo maravilhoso entre as pessoas”, concluiu.
O espaço foi concebido em colaboração com Camille Morineau, curadora e historiadora de arte francesa, e Constance Guisset, designer francesa, arquiteta de interiores e cenógrafa.
Morineau trabalhou para encontrar uma mistura de criadoras estabelecidas e em ascensão de todo o mundo, incluindo a renomada artista japonesa Yayoi Kusama junto com Sheila Hicks, Tacita Dean, Cece Philips, Rosie McGuinness, e outras.
“Queríamos diferentes gerações de artistas e diferentes tipos”, disse Morineau, observando que a exposição apresenta uma mistura de pintores, escultores, ilustradores, e muito mais. “Para mim, Madame Clicquot era uma mulher do século 21 nascida no século 19. Você pode imaginar a dureza dela – ela é bastante notável. E de certa forma, muitas das mulheres artistas da época estavam fazendo o mesmo”, completou.
“O espetáculo todo é sobre essa história incrível, e o fato de que Madame Clicquot pode nos inspirar ainda hoje”, finalizou.
A exposição, que acontece no emblemático Rodeo Drive de Beverly Hills desde 26 de outubro e vai até 17 de novembro, é gratuita mediante reserva e acessível a qualquer pessoa maior de 21 anos.
Além das obras de arte, o espaço inclui mais de 80 objetos de arquivo e peças históricas. Os destaques incluem uma garrafa Veuve Clicquot descoberta no Mar Báltico em 2010 que data de um naufrágio da década de 1840, além de cartazes vintage, uma exposição de rótulos históricos e uma carta original escrita por Madame Clicquot.
Há também salas imersivas que evocam os vinhedos e adegas da Veuve Clicquot, além de um pequeno filme sobre segredos vinícolas e um tributo ao aparecimento da marca na cultura pop.
“É realmente uma exposição fantástica porque estamos celebrando uma grande mulher que foi muito ousada e audaciosa”, disse Guisset sobre sua inspiração para o design, que evoca o amarelo da marca e as cores de um nascer do sol por toda parte.
“É realmente uma celebração de sua honestidade, e do fato de esta marca ser realmente ensolarada com muita surpresa e felicidade por dentro. O design reflete os valores da marca”, destaca.
A Solaire Culture estreou originalmente em Tóquio em junho – e para Gallot, sediar a segunda edição nos Estados Unidos fazia sentido.
“Quando Madame Clicquot tomou posse em 1805, muitas pessoas estavam preocupadas que ela não fosse capaz de administrar a empresa. Mas ela não apenas a administrou, mas teve uma visão incrível sobre a qualidade do vinho e seu desenvolvimento internacional”, explicou ele.
“Há 240 anos estamos exportando para os Estados Unidos“, acrescentou Gallot. “Então, quando se trata de selecionar os lugares onde temos as exposições, estamos escolhendo lugares-chave para a Veuve Clicquot ao redor do mundo – e os EUA é o nosso mercado número 1”.
Tóquio, onde a exposição começou, e Londres, para onde ela está indo em seguida, são os outros dois mercados mais importantes para a Veuve Clicquot além de sua sede na França.