Abro com vocês algo particular do meu trabalho. Não é fácil incluir pessoas transgêneras. São muitos estigmas e viéses inconscientes (e outros nem tão inconscientes assim) que reforçam padrões horríveis sobre esta população. Mas depois de 5 anos da TransEmpregos, em que fomos de 3 empresas que acreditavam em nosso trabalho para mais de 330, posso afirmar que este caminho está rendendo bons frutos.
Está bem mais tranquilo incluir pessoas trans brancas , com graduação e “passáveis” (e olha que não gosto deste termos – só para você entender, e logo te conto os motivos – ref.5). Minha dificuldade fica absurdamente maior, quando se trata de uma trans “não-passável para a sociedade”, com baixa escolaridade e negra. E se agregado a estas características for lésbica e PCD, confesso que fica impossível.
Será que você ou sua empresa, pode me ajudar neste COMBO de dificuldades e tem coragem para iniciarmos esta revolução necessária?
Não somos somente uma característica. Somos um lindo apanhado de múltiplas. E as interseccionalidades entre elas geram pontos que não podemos esquecer. Se esquecermos não tratamos de maneira holística e não atingimos plenamente o caminho efetivo da inclusão real.
Para finalizar, trago alguns questionamentos:
- Quanto temos que construir neste caminho?
- Levando em consideração gênero, raça, etnia, identidades, orientações, condições socioeconômicas, idade e outras – a quem e como se destina de fato sua energia e ações em prol de uma cultura verdadeiramente mais inclusiva? É para quem realmente mais precisa?
- Você está usando a régua da igualdade ou da equidade em suas ações?