Neste exato momento, inúmeras pessoas estão se em seus perfis nas redes sociais para dividir comigo, com você e com o mundo as coisas interessantes da vida delas.
Julgar que o que é realmente digno de nota e pode ser de interesse à todos os seus amigos poderia ser simplesmente um arrobo natural da necessidade de uma exposição claramente protegida pelo direito de cada um fazer o que bem quiser no seu perfil pessoal, ufa!. Isso, caso não se esperasse claramente que as pessoas vejam, compartilhem e principalmente dêem um like.
No final das contas, do que adianta mostrar se a gente não sabe se é visto? Que finalidade tem contar uma história se você não sabe se foi lida? E porque raios eu vou contar uma piada se eu não tiver a certeza de que alguém riu?
- Confira também o artigo: E com vocês o palestrante…
Talvez a gente não estivesse preparado para o feedback, ou mais precisamente para a falta dele.
Afinal quem deu um like pode não ter lido seu post e quem não deu, pode ter visto. Tem gente que compartilha seu post te negando o crédito e é muito estranho afirmar que muitos não curtem, não compartilham, não comentam e nem mandam uma mensagem inbox simplesmente por que existe uma espécie de comportamento focado em não conceder à você “esta moral, decidem não te premiar com um like (compartilhar então, nem morto) e no fim ninguém quer ser o agente de um feedback. Justamente aquilo que todos procuram.
Ok, eu acho que é pura carência postar uma foto no hospital mostrando uma pulseira com seu nome, uma agulha injetando soro na sua veia e você dizendo: “esta quarta-feira começou pesada, mas tudo vai dar certo”. Tá bom, você quer que eu pergunte o que você tem, que eu manifeste minha preocupação com você e que deseje sua pronta melhora, né?! Amigo, não vou fazer isso!
Sério, eu fico feliz pelos amigos que estão neste momento viajando a trabalho para lugares incríveis, mas porque eu preciso saber que você está no aeroporto x indo para o y? Tá bom, você quer parabéns, um desejo de boa viagem e sorte no job, é isso? Putz, não vou te dar!
Vamos falar em férias, então?! Você vai para um lugar incrível? Porra, que legal! E hoje, com todos esses sites e blogs de viagem, revistas de turismo, agências e agentes de viagem, você ainda quer dicas? Entendi. Você quer que eu fale que você está indo para um lugar foda, que vai se divertir muito, que não pode perder isto ou aquilo e que eu gostaria que você postasse muuuitas fotos para eu ver você se divertir lá, né?! Então, não vou nem te dar um like!
E só para não continuar com estes exemplos, você desembestou a escrever tudo aquilo que veio na sua mente. Se inspirou, psicografou e escreveu tudo aquilo que você pensa, como se sente, como vê e acha as coisas. Expos sua visão crítica em contraponto com as correntes de pensamento contrárias, seu pensamento neoliberal sob o crivo de uma visão mais ortodoxa ou quem sabe sua tendência à olhar o mundo sem filtros, dogmas, paradigmas ou visões padronizadas. Trouxe teorias, relativou, deixou claro sua opção política e se mostra um profundo conhecedor do assunto. Você então quer que eu leia, né?! Querido, não vou ler um texto destes nem a pau!
Afinal, a gente vive tempos de preguiça em ler muito ou acompanhar as linhas tortas de narrativas e expressões de necessidades pessoais, né?! Como este texto.
Então amigo, na boa, fique tranquilo. Nem precisa dar um like então, mas é lógico que eu vou sentir falta!
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