Era assim que a locução introduzia a sala mais legal, incrível e cheia de heróis e superpoderes que existiu no mundo das HQs: a Sala de Justiça da série animada “Super Amigos”, depois incorporada ao Universo DC, se transformando no quartel-general da Liga da Justiça.
Era lá que encontrávamos, num lugar só, uma constelação de astros: Superman, Batman, Aquaman, Mulher Maravilha, Lanterna Verde, Flash, Caçador de Marte e depois incrementada por novos “sócios” como o Arqueiro Verde, o Eléktron, Zatanna, Homen Elástico, Nuclear, Cigana, Vibro, Vixen, Capitão Marcel, Canário Negro, Sr. Destino, Dra. Luz, Capitão Átomo, Besouro Azul, Gladiador Dourado, enfim…muitos outros.
Era mais ou menos como misturar todos os personagens dos últimos grandes e milionários filmes lançados no cinema , com todo o sucesso de uma CCXP (Comic Con), que por sinal acabou neste último final de semana (e claramente inspirou esta coluna), e ainda mais o conceito dos grandes festivais, reunindo os nomes de maior sucesso da cena musical no mesmo lugar.
Talvez seja o mais clássico e verdadeiro case de custo benefício.
Mas todo este clima fantástico serve de base para uma provocaçãozinha também, principalmente aproveitando o poético crepúsculo deste final de ano: onde estava todo mundo enquanto a gente usava nossos superpoderes criativos, inovadores e estratégicos para derrotar os supervilões que atacam as ideias bem construídas, os conceitos bem pensados, os prognósticos financeiros mais otimistas, as metas discutidamente estabelecidas, as estratégias mais completas, os planejamentos mais detalhados, as planilhas mais intensamente trabalhadas e as horas e talentos às vezes desperdiçados?
Onde estavam todos quando enfrentávamos o Bizarro* Briefing, a Concorrência do Apocalypse*, o Concorrente Mercenário*, o Cliente Fanático*, a Fornecedora Mística*, o Prazo Sinestro*, o Feedback Duas Caras*, o Retrabalho Fênix Negra*, a Planilha Loki*, o Budget Uxas*, as Regras Lex Luthor*, o Resultado Doutor Destino*, a Oportunidade Magneto* e o Job Coringa*?
Dentro das empresas, neste final de ano, se travam as batalhas das batalhas. A “Guerra Civil” épica da resiliência e de ainda buscar um pouco mais de energia e superpoderes depois do esgotamento de um ano que exigiu como poucos. E estes heróis, com o risco de não serem mais superamigos, se superam!
Se os super-heróis da Sala não têm mais agenda, chamam outros heróis freelas ou temporários. Todos com mais superpoderes, formando em cada empresa uma constelação de talento, energia, boa vontade, foco e desejo de fazer bem feito, de vestir a camisa da Sala da Justiça ou melhor, com toda a justiça, realizar o que todos sabem fazer de melhor: colocar seus poderes a serviço de um trabalho bem feito, de um ambiente sadio e de uma reunião de gente capaz. Tão capaz que poderíamos chamar de Liga sim. Uma liga que busca a justiça!
E justiça seja feita: trabalhamos como nunca este ano, merecemos um drinque, um brinde, um panetone, um vinho ou quem sabe uma cesta de Natal.
Faz sentido fazer festa sim, e mesmo com a incontornável saia justa de um abraço falso, um desejo não tão verdadeiro e o “somos brothers” que não condiz com a verdade, a gente precisa celebrar sim.
Então, você aí: convide seus heróis que defenderam o seu Universo DC com galhardia, e divida com eles um sonoro obrigado, faça-os se sentirem seus Superamigos, desenhe claramente que tudo isso que você construiu e que eles vestem como um uniforme icônico seja realmente uma Liga da Justiça e ressalte claramente o quanto admira os seus superpoderes.
É claro que todo mundo trabalha por dinheiro, mas reconhecimento e clima são tão importantes quanto. E talvez você não tenha entendido que não exista nada tão poderoso do que um LIKE!
Gratidão e tapinhas nas costas realmente não pagam a conta de ninguém, mas eu te garanto que valem a última dose da pílula de superpoderes e ela sempre estará ao seu dispor.
Enquanto eles estavam por aí, combatendo toda a vilania do planeta, você estava onde?
Junto deles? Contra eles? Questionando eles? Duvidando deles? Gerando insegurança neles? Ou defendendo-os como eles visceralmente o defendem?
Cada empresa, negócio, produto ou empreendimento é uma causa. A ser defendida, protegida e compartilhada. Compartilhe então o orgulho do que esta turma fez pelo seu negócio, pela sua liderança, pela sua gestão, pelo seu bônus, pela sua meta, pelos seus clientes, por você e pelas cores que você ensinou a eles defender.
Ser herói ou vilão ainda pode ser uma questão de escolha. O mundo das HQs que nos diga… Mas neste mundo de storytelling, o que não dá mais é para todo mundo estar na rua degladiando, enquanto você ficava ali, sozinho e só olhando, na sua Sala de Justiça.
* Nomes de alguns dos 25 maiores vilões das histórias em quadrinhos (Revista Super Interessante, OUT 2016).
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