E da universidade símbolo do profissionais mais disputados, saiu mais um garoto cheio de referências, que ante os olhos orgulhosos dos professores, alguns invejosos dos amigos, mas entre goles de uma cervejinha gelada no boteco ao lado, não ficava nenhum sentimento diferente de que era bom estar com ele e que certamente, em alguma outra esquina da vida, iriam se encontrar.
E de estágio em estágio, ele foi abrindo seu networking, se apaixonando ainda mais pelo clima das empresas, pela alegria incontida de seus times, pela aura inebriante do pensar diferente, pelo brilho dos troféus que amarrotavam prateleiras ou intencionalmente eram deixados de forma desleixada no meio de um tubo estranho no centro da recepção.
Nessas andanças, conheceu outro tipo de empresa, também fazia parte do mercado, mas era diferente: tinha o mesmo clima despojado, mas pareciam mais atarefados e apressados, e jurava – mesmo com o medo de estar errado – que mesmo não vendo ali a exposição midiática da genialidade criativa das outras, via pessoas que faziam tantas coisas ao mesmo tempo, de forma igualmente capaz e tudo isso em uma energia tão grande, que agradeceu aos céus por presenciar aquele novo tipo de domínio: um que desconhecia, que os professores não falavam, que não sabia que existia, mas que agora fazia sentido que sempre estivesse ao seu lado, na sua frente e se recriminava por nunca ter visto.
Não haviam muito prêmios nas paredes, mas sobrava a emoção de cada projeto ganho e quando pôde ir ao final de um trabalho, não segurou as lágrimas em cima do palco, abraçado a todos que igualmente de olhos molhados, não se continham com o alívio e o gosto supremo da vitória por aquele projeto acabado.
Resolveu que seria ali onde mostraria seus melhores skills, grandes qualidades, talento, criatividade, estratégia e queria ser um deles.
E foram muitos projetos nessa grande história, muitos desconhecidos do grande público, outros que mesmo não se aguentando de orgulho, ninguém sabia que era seu. Viu peças suas no supermercado, no posto, na padaria, em shows, chegou até ver na TV e em uma revista. Isso era muito foda!
Foi aí que recebeu um convite para ir para outra empresa. E precisou fazer uma entrevista com um head hunter. Ele, encantou ao entrevistador, que em dado momento se abriu e lhe disse da dificuldade em conhecer os melhores profissionais deste mercado.
Conhecia os daquelas outras empresas onde ele havia começado, todos eram bem conhecidos, comentados, premiados, enaltecidos e muito bem remunerados. Mas neste, que ele havia ouvido que girava bilhões, não ouvia nada. Não sabia que mandava, quem eram os bons e em quem ele se inspirava.
Falou o nome de muitas pessoas, revelou ao profissional surpreso alguns trabalhos que eles haviam feito e se sentiu feliz por ajudar a dar a eles visibilidade. Foi aí que interrompido, foi perguntado: porque todos são tão low-profile?
Fazia sentido e procurando melhor o seu significado, aparecia: de pouca ou baixa visibilidade, sem publicidade, sem alarde, que vive nos bastidores ou na sobra, de pouca divulgação ou mídia.
Discreto, comedido, contido, moderado, modesto, sóbrio, quieto e sem estrelismo. Era assim que todos os seus companheiros eram! Todos, imaginava que até mesmo ele.
Ok, um ou outro às vezes se engraçava, mas não eram nomes conhecidos, alguns com o passar dos anos começavam a ser comentados, mas no geral era incrível como eles viviam em uma zona de conforto que se quer questionam, aceitando uma invisibilidade que nem os poucos prêmios do setor realmente eliminavam.
Eram pessoas de uma multidisciplinaridade sem par, não conhecia ninguém que não desenvolvesse muito mais do que uma tarefa e todas muito, muito bem.
Ele próprio se surpreendia em como havia melhorado, conhecia hoje tantas coisas diferentes que se tornava, como eles, em um profissional múltiplo, multicanal, multimídia e multidiferenciado.
Foi tentar descobrir o porque disso tudo, mas nunca soube ao certo o que era. Sobravam questões comparativas com a outra área, alguns diziam que era algo estratégico: uma forma de não se destacarem e inflarem salários, mas achou que ninguém faria algo assim tão descarado.
E depois de muitos anos conhecendo profissionais incríveis, lugares inesquecíveis e projetos absolutamente fantásticos, via claramente que poucos valorizavam prêmios e muitos nem iam nos eventos da área. Resumindo: eram todos low profile e simplesmente assim se aceitavam.
Achou muito estranho o discurso de que “prêmio era o cliente feliz”, quando sabia que muitos deles escolhiam seus fornecedores a partir destes resultados. E foi em uma premiação, quando representava um projeto incrível e que se destacava, que ouviu de um profissional da outra área, daqueles superbem premiados, ícone, conhecido, falado, admirado, seguido e desejado, mas que estava ali desconstruindo sua persona tão midiática, conversando tranquilamente enquanto bebericavam a espera dos resultados.
Ele falou do seu projeto, contou-o em detalhes, estava orgulhoso, mais ainda por estar tendo espaço para contar para alguém que também admirava.
O profissional ouviu tudo com atenção e concordou que o projeto era mesmo incrível e de muita qualidade, mas antes de qualquer anúncio, antecipou: eu acho que vocês não ganharão nada!
Decepcionado, disse que não entendia. O que acontecia então? E com paciência o profissional lhe disse: sei que vocês acham que é muito ego enaltecido toda essa minha área, mas prêmio aumenta o valor da empresa, catapulta profissionais, gera dinheiro, bônus e também traz muitos benefícios para o cliente. Mas prêmio não é um julgamento de empresas para empresas, mas de profissionais (os jurados) para profissionais (os inscritos).
Ninguém te conhece, ninguém conhece vocês e eu acho muito difícil vocês ganharem algo. E ainda perguntou: Porque você são tão Low Profile?
A noite continuou, com um jantar delicioso e um amigo sincero que entendeu conquistar. E mesmo com as mãos abanando, vendo de longe os “amigos” comemorarem, entendeu que ser low profile era uma bosta, e que com tanta gente poderosa, talentosa e incrível no seu mercado, tava na hora deles definitivamente se abrirem e mostrarem o seu valor.
Ele continuava a não entender o porque desta timidez disfarçada de ar blazê e desinteresse por viver a essência do que chamaria de propaganda, porque ela é boa para todo mundo. Aquela que pode vender tudo, inclusive bons profissionais e o seu mercado, afinal “o mundo não é de quem faz, mas de quem (se) vende”.
E foi a partir deste momento, que ele melhorou ainda mais seu trabalho, incentivando também a todos a saírem dos bastidores, aceitarem o spot no centro do palco e cheio de certezas por aquilo que são, não aceitarem nada menos do que seu papel de fato, aquele que dava vez e voz ao que são, reconheciam sua importância e o quanto podem ser agentes de mudanças necessárias, mas agora com a gloriosa autoconfiança de não aceitarem mais ser low ou below, agora são só: HIGH PROFILE.
O #MTT (MondayToThank) de hoje é uma homenagem aos absolutamente fantásticos profissionais da área de BrandActivation/LiveMarketing e talvez alguns dos mais preparados profissionais do mundo nessa área.
Uma gratidão imensa pelos exemplos de grandes pessoas, Seres humanos e profissionais de qualidade e impacto que encontramos em VPs/Diretores de Criação/Planejamento, Diretores de Arte, Designers, Redatores, Planners, Diretores Artísticos/Produção, Produtores, Atendimentos, Tráfegos, Cenógrafos, Arquitetos, 3Dzeiros, Ilustradores, Parceiros e toda a galera que faz toda essa máquina girar.
Em meio a tudo o que vem acontecendo e todo o impacto que o setor sofreu, vemos muitas coisas incríveis saindo desta galera: são novas empresas surgindo, canais se formando, lives acontecendo, novos talentos sendo descobertos, uniões acontecendo e profissionais incríveis se juntando.
Esse é o momento HIGH PROFILE de uma galera que precisava deixar bem claro o poder, a qualidade e a autoconfiança que possuem. Afinal, “Se a crise é um céu nublado, ele nunca vai conseguir apagar as estrelas.”