Estranho, estranho mesmo. Vivem me pedindo um número e não é para a MEGASENA.
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Ao longo de minha vida sempre soube que o voto – é esse número que me pedem, por questões cidadãs, era de foro íntimo e secreto.
Mas, hoje, nem o agente é mais secreto.
Vejo, nas redes sociais, gente que, além de declarar seu voto, sabe Deus por que, algumas pessoas acham que isso nos interessa, e, acrescentam, que, se não votarmos na mesma pessoa que ela, somos “feios e bobos” (peguei leve).
Apólogos de ideologias respeitáveis para si, entedem que sua opinião é a certa e o parâmentro de nossa felicidade.
Como sabem?
Direita volver ou esquerda volver, criaram a dialética da razão pura, que faria Emmanuel Kant corar.
Diria ele, como em seu livro: A felicidade é o estado no mundo de um ser razoável, a quem, em todo o curso de sua existência, tudo acontece segundo a SUA aspiração e SUA vontade.
Daí que, sensível a suas aspirações e vontade, o ser humano opta, não entre os lados, mas pelo seu lado.
Não me cabe, nem a ninguém, julgar a decisão de qualquer um como certa, errada, burra ou inteligente pela minha. Pura presunção.
Toda e qualquer ditadura no mundo fez, e faz, isso: elimina a vontade de uns pela vontade de outros. E eu já vivi isso aqui no País.
O mercado, esse fantasma de viés econômico cruel, às vezes, nos tange a escolhas plurais, como se o singular não existisse.
Acontece que ele, o mercado, mexe com a gente e nossas necessidades, daí…
Não, não vou dizer em quem votarei.
Como disse, o voto é secreto, como tantas inconfidências de nossa alma.
Minha formação universitária poderia me dedurar, porque ainda doi, mas não o fará.
Sei que, embora, hoje, a dúvida me corroa, na hora terei nas minhas mãos a responsbailidade solitária da escolha, e a farei. Escolherei um número, um candidato, um caminho, uma ideologia… sei lá, mas escolherei.
Como já me senti ganhador e perdedor com os votos que dei, descobri que os caras ganham, mas, dificilmente, minha gente ganha junto. Ou seja, discursos morrem na faixa e no poder.
Por isso, catuquei – e cutuquei – você com vara longa com meu título, que fala em um número. Mas queria falar de uma escolha. E ela é só sua.
Se te excluirem do grupo, relaxa.
Quem te exclui já mostra que é excluído, pois, como diz Voltaire:
“O INTERESSE QUE TENHO EM ACREDITAR NUMA COISA NÃO É PROVA DA EXISTÊNCIA DESSA COISA.”
Daí, não precisa me dizer nada, não precisa me convencer de nada. O Seu número é seu, o meu é meu.
E eu não vou te deletar por isso.