Esse ano comemoramos pela 38ª vez o Dia Mundial do Turismo. Nessas quase quatro décadas, muitos avanços foram conquistados. O setor expandiu sua importância e hoje é uma das principais atividades econômicas do planeta. Estimativas indicam que até 2020 serão realizadas cerca 1,8 bilhão de viagens e, nas Américas, prevê-se que os desembarques internacionais de turistas cheguem à casa dos 282,3 milhões.
Na celebração oficial da data, que está acontecendo hoje em Budapeste, na Hungria, a Organização Mundial do Turismo (OMT) destaca as oportunidades de desenvolvimento sustentável que os avanços tecnológicos representam para o setor, como a inteligência de dados e as plataformas digitais, que fazem parte do desafio de combinar crescimento contínuo com maior sustentabilidade e responsabilidade.
E não podia ser diferente, pois o setor sempre foi um dos que primeiro incorporam as novas tecnologias. Não é por outra razão que ele é o motor de uma enorme cadeia produtiva, envolvendo 52 segmentos, gerando crescimento, emprego, renda e ajudando no desenvolvimento de pequenas a grandes cidades ao redor do mundo.
No Brasil, os dados mostram que precisamos trabalhar mais para incentivar o setor e seus empreendedores. Pesquisa feita recentemente pelo World Barometer and Statistical Annex, da World Tourism Organization (UNWTO), com 136 países, apontou o Brasil como o 22º colocado no quesito mão de obra e infraestrutura, caindo para a 133ª posição em condições e facilidades para empreender.
O crescimento global, de acordo com o Euromonitor, nos primeiros quatro meses desse ano foi liderado pela Ásia e Pacífico (+ 8%) e Europa (+ 7%), enquanto a África (+ 6%), o Oriente Médio (+ 4%) e as Américas (+ 3 %). No Brasil, as chegadas de turistas internacionais aumentaram 6% entre janeiro e abril de 2018, em comparação com o mesmo período do ano passado.
Oportunidades para avançar é o que não faltam. Na Europa, algumas cidades mais visadas pelo turismo, diante da alta da demanda, estão tentando diminuir o fluxo de turistas que poderão ser atraídos para nossos destinos. Para isso, é preciso que o nosso país esteja preparado para o crescimento.
As previsões da Euromonitor também indicam que, para os próximos anos, o turismo receptivo na América Latina deverá continuar crescendo, no número de viagens, a uma taxa média de 4% ao ano até 2022, impulsionado em grande parte pela evolução dos programas de promoção e incentivo ao turismo em diversos países da região.
Isso nos mostra que o turismo não é feito apenas de números que medem seu desempenho. Oportunidades se abrem mas, para aproveitá-las, é preciso implantar novas estratégias de ação que passam pela revisão tributária e legislativa, bem como pela ampliação e a diversificação da divulgação de nossos destinos de forma que o setor se renove e avance, tornando o Brasil realmente competitivo.
O cenário se mostra cada vez mais variável, mas precisamos pavimentar o caminho com que construiremos nosso futuro. Quando olhamos para trás, percebemos o quanto caminhamos. Mas, o importante agora é perceber que os desafios não param e que ainda temos um longo caminho a percorrer na defesa dos interesses do setor no país.
Manoel Cardoso Linhares – Presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis – ABIH Nacional