A área de eventos do live marketing vem crescendo anualmente, graças a empresas que reconhecem que o seu uso potencializa de forma rápida o entendimento da mensagem que quer enviar e consegue se relacionar com seu público-alvo diretamente.
Por meio da experimentação, experiência e narrativa criativa, o convidado consegue ter uma experiência e memorização maior e duradoura da mensagem. Se as marcas fazem isso com eficiência, as cidades e regiões não poderiam utilizar os eventos de forma melhor?
O Brasil ainda não usa o conceito de mix de marketing para desenvolver destinos turísticos. Nesse caso, o mix seria composto de live marketing, marketing cultural e marketing de destinos.
É dessa forma que transformaremos um local ou uma região numa atração. E o melhor de tudo é que o resultado pode vir com menor tempo investido do que muitos projetos tradicionais de promoção de destino.
Mas,-nada vai acontecer de fato se o público local não participar ativamente do processo de criação do produto e acreditar que esse produto vai ser a mola propulsora da região.
As ações precisarão ser integradas num plano e desencadeadas de forma que a estória ou história se torne verdadeira e viva, capaz de emocionar e envolver o público visitante, o público local e gerar um resultado de impacto social, cultural e econômico suficientemente grande para dar sustentabilidade financeira e se tornar uma marca do local.
A cada localidade que visito aqui no Brasil, vejo essa possibilidade latente.
Lembro-me de quando estive no Vale do Jalapão, em 2004, e visitando uma comunidade de mulheres artesãs, conheci o Capim Dourado. A sua fantástica aplicabilidade no artesanato passaria para um patamar de alta qualidade e valor mundial se unisse os princípios técnicos de design, economia criativa e comércio justo. Imediatamente pensei numa marca local de negócio social e criar o estímulo e orgulho nas artesãs que assinaria cada artigo feito por ela.
Ou mais recentemente, visitando algumas regiões do Centro-Oeste ou Amazônia, imaginei por que é tão difícil termos aqui, empreendimentos como Disney World. A preservação do meio ambiente, da fauna, da flora, da arte, da cultura e o desenvolvimento econômico poderiam estar unidos de forma que todos possam desfrutar momentos de encanto salutar e promover a paz mundial por intermédio do turismo.
Eu acredito realmente que enquanto outros países precisam criar artificialmente muitas estórias para contar aos turistas, nós temos aqui uma infinidade de localidades com encantos naturais e de sagas verdadeiras que poderão encantar milhões de visitantes do exterior à procura de paraíso para passar alguns dias divinos no nosso Brasil.
Sonhar um sonho grande imaginando o evento unindo cultura e turismo pode ser o meu sonho de consumo. Transformar esse sonho em realidade faz parte do objetivo do meu grupo de trabalho no MICE Brasil Consulting.
Afinal, como disse Richard M. Sherman e Robert B. Sherman, no livro “One little spark” (Uma pequena faísca): “ Uma pequena centelha de inspiração está no coração de toda criação bem no começo de tudo que é novo. Uma pequena centelha se acende para você. Imaginação, imaginação, um sonho pode se tornar verdadeiro com apenas essa centelha em mim e em você”.
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