“A nova cepa, mesmo com efeitos negativos para esse movimento de recuperação do mercado, ainda não se mostrou tão nefasta quanto o Cavid-19. Por isso, acreditamos que em março retomaremos o ritmo de recuperação, impactado pela Ômicron”.
A frase de Gervásio Tanabe, presidente executivo da Abracorp, Associação Brasileira de Agências de Viagens Corporativas, parece sintetizar os ânimos do setor e também lançar uma chama de esperança para as empresas que viram os negócios corporativos declinar nos últimos dois anos.
Contudo, já em dezembro de 2021, o faturamento do setor atingiu R$ 530,3 milhões, 125% acima do resultado de 2020 (R$ 235 milhões), mas ainda 27% abaixo do mesmo mês de 2019 (729 milhões), antes da crise da pandemia da Covid-19, conforme dados da (Abracorp).
Leia também: Turismo na capital paulista fecha 2021 com alta de 39%
Após um período de dificuldades e queda nas operações, principalmente em 2020, o setor de viagens corporativas fechou o ano passado com um resultado mais favorável, o que indica um processo contínuo de recuperação.
Em 2021, a receita total alcançou R$ 4,370 bilhões, o que representa cerca de 40% do faturamento em 2019 (R$ 11,388 bilhões), mas crescimento de 18% em comparação aos números de 2020 (R$ 3,705 bilhões). Segundo Tanabe “a recuperação está ocorrendo todos os meses, desde meados do ano passado e isso nos deixa otimistas em relação a 2022”.
Tanabe espera que o setor tenha neste ano um desempenho bem melhor, chegando, até julho, próximo aos números de 2019. Alguns segmentos estão com desempenho até surpreendente, como locação de veículos, cujo faturamento no ano passado quase empata com o de 2019, R$ 181 milhões (R$ 184 milhões em 2019) e 59% superior ao de 2020. Também pudera, depois do confinamento e ainda com receio de viagens de avião ou rodoviárias, as pessoas apelam para as viagens de curta distância e para isso precisam de carros mais confortáveis.
As viagens internacionais, em função da incerteza com a Covid-19, ainda apresentam resultados negativos e explicam por que o setor continua distante dos números de 2019. “A instabilidade provocada pelo fechamento de fronteiras e novas restrições de entrada interferem na recuperação do mercado internacional”, diz Tanabe. Os serviços aéreos, por exemplo, onde estão incluídas as viagens internacionais, um dos segmentos com mais peso no setor, apresentaram no ano passado um faturamento de R$ 2,511 bilhões, 66% abaixo ao de 2019, embora 17% acima ao de 2020. “Apostamos que Covid deve perder força neste ano com o processo de vacinação avançado no Brasil e outros países”, diz Tanabe.