Gratificar de forma assertiva colaboradores, clientes e parceiros, seja para estimulá-los, beneficiá-los ou estreitar relacionamento, foi sempre um desafio para as corporações.
Se, no passado, os prêmios em dinheiro ou bens materiais predominavam e faziam sucesso, hoje eles têm sido substituídos por viagens, como parte das ações de marketing de incentivo, as quais representam mais da metade (56%) do investimento em live marketing feito pelas empresas, segundo levantamento da Associação de Marketing Promocional (Ampro).
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Cada vez mais requisitadas, as chamadas viagens de incentivo são bem vistas por todos os envolvidos, não requerem budgets enormes, costumam se pagar sozinhas em razão do próprio retorno que oferecem e movimentam o mercado de turismo na baixa temporada, quando a rede hoteleira costuma ficar ociosa.
Prova da boa receptividade é que cerca de 70% das empresas que investem na área estão satisfeitas com os resultados obtidos, segundo levantamento recente do Índice da Indústria de Viagens de Incentivo, realizado pela Society for Incentive Travel Excellence (Site), Incentive Research Foundation (IRF) e pela Financial and Insurance Conference Professionals (FICP).
Na Fanato, uma das principais operadoras especializadas em viagens de experiência, incluindo as de incentivo, a procura por esse tipo de produto aumentou 22%, de janeiro a novembro, em relação ao mesmo período no ano passado.
De acordo com Raphael Santana, CEO do grupo, oferecer uma experiência de viagem, como forma de estimulo ou como gratificação, é uma tendência no universo corporativo, não só no Brasil como no mundo.
Frequentes, principalmente, na indústria farmacêutica, no segmento de seguros, montadoras, mercado de varejo e canais de entretenimento, as viagens de incentivo fazem sucesso justamente porque proporcionam experiências únicas, customizadas, nem sempre possíveis em viagens de lazer.
Não à toa, nos Estados Unidos, 40% das empresas usam o recurso como ferramenta de motivação, reconhecimento e recompensa. Inclusive, de acordo com a Organização Mundial de Turismo (OMT), os segmentos turísticos que mais devem crescer nas próximas duas décadas são os que englobam incentivos, eventos e de aventura.
Mas o que caracteriza uma viagem de incentivo? Certamente é a exclusividade, mas esse tipo de ação mudou bastante nos últimos anos.
“É o tipo de viagem que vai além da escolha de um destino atraente e hospedagem de primeira. Seja em grupo ou não, elas envolvem experiências inusitadas, como por exemplo, dirigir um carro de luxo no gelo, pilotar um avião, ter aulas de gastronomia com um chef renomado, conhecer a estrutura de marketing por trás do Super Bowl, entre outras opções.”, esclarece o CEO da Fanato.
Segundo a Associação Latino Americana de Gestores de Eventos e Viagens Corporativas (Alagev), as viagens de incentivo se sobrepõem a outros tipos de premiações porque proporcionam uma experiência inédita, com atividades que as pessoas não teriam acesso se fossem realizar por conta própria.
Diferentemente das remunerações em dinheiro que são confundidas com o salário, a experiência da viagem possui um recall (alto impacto da lembrança da experiência vívida) de até 12 anos.
O CEO da Fanato ainda lembra da importância das viagens de incentivo em momentos de crise. “Elas são excelentes ferramentas para estimular a produção, principalmente em momentos críticos. Por isso, as viagens de incentivo não costumam sofrer retração em momentos instáveis. O que notamos foi a redução dos budgets e do período das viagens, cada vez mais curtas, mas elas continuam sendo valorizadas e praticadas pelas corporações.”, informa.
As empresas não procuram esse tipo de ação só como estratégia para aumentar o engajamento e o relacionamento entre os funcionários, mas também porque reconhecem que uma viagem diferenciada resulta em maiores lucros, rentabilidade, engajamento e funciona como retenção de talentos.
Além disso, uma viagem de incentivo consiste numa poderosa forma de marketing, já que é possível exibir a marca em diversos momentos da viagem, tudo de forma customizada, de acordo com os interesses de cada empresa.
E como pensam os beneficiados por esse tipo de viagem? Segundo a pesquisa intitulada The Attractiveness and Effectiveness of Incentive Award Options, 85% deles se sentem mais motivados com programas de viagem de incentivo.
Existem estudos mostrando, inclusive, que as viagens de incentivo pesam para os millennials na hora de aceitar um novo emprego.