A vida do profissional, principalmente do jovem entrante, é regida por dois pré-conceitos.
Na verdade é uma a oportunidade, porém, algumas vezes questionável.
Estas premissas, principalmente, as oportunidades, tendem a justificar todos os atos e procedimentos de conduta que vão conduzir a vida do profissional no futuro.
Vale lembrar que valores e conduta não se aprendem na Faculdade, eles são fruto de um princípio básico, a educação e a família.
A família como base, como pilar, que vai consolidar e sustentar os princípios morais de conduta do homem, do profissional, colega e amigo.
Infelizmente, nem sempre os ensinamentos familiares foram ou são suficientemente entendidos.
Alguns devem estar se perguntando: Quais os motivos destas tão óbvias considerações?
É simples: Além da reflexão, quantos de nós, em algum momento da nossa vida profissional, e, até pessoal, temos sido afetados por falsos e questionáveis princípios, aparentemente justificados pela bandeira da carreira?
Trabalho, sucesso, oportunidades, prestígio e até por ambição.
Muitos destes novos profissionais acabam esquecendo os princípios éticos, primários, que devem conduzir e pautar suas carreiras, sem esquecer o que isso representa no futuro em valores e benefícios para a vida.
Acho que aqui reside o foco principal do meu artigo.
Como professor e profissional de comunicação, trabalhando em mudanças comportamentais, em resultados por intermédio de pessoas, cheguei à conclusão que não basta ser competente, é importante que o mercado e os colegas saibam que você é um profissional ético e competente.
Na contramão do que para nós é ser um profissional de referência, os meios nem sempre justificam os fins.
Ser um profissional de referência significa entender a si mesmo, se autoavaliar, ter consciência das suas competências e fraquezas, e, principalmente, a capacidade da renovação, de deixar a emoção fazer parte da sua vida profissional.
Por trás de cada profissional há um Ser humano, com suas qualidades e defeitos, com família, com relacionamentos e valores pessoais que o referenciam e potencializam o seu status.
Diante do quadro de competição e disputa irracional, que tem como meta o sucesso a qualquer preço, nós profissionais de comunicação, somos surpreendidos pela falta de coerência de alguns setores do mercado.
Pior, somos contratados para desenvolver programas de comunicação integrada, endomarketing, incentivo, campanhas focadas no resgate dos valores corporativos, nos valores pessoais, porém, na prática, no dia a dia, constatamos que não se faz o que se pratica, é uma falácia, quase sempre justificada por lições e estratégias, algumas questionáveis, que visam a conquista do desempenho e dos resultados.
Felizmente, são cada vez menos os que ainda acreditam nestes padrões comportamentais, sempre justificados pela bandeira do resultado, do salário, dos bônus, da carreira, do sucesso.
Na maioria das vezes, os profissionais justificam as suas condutas e decisões, por meio de comparações, de crenças e analogias, processos inconscientes, que permitem na realidade justificar a sua verdade absoluta.
Não há garantias prévias de reconhecimento ou sucesso, na verdade, são práticas construídas, decoradas, ensinadas com o intuito de impressionar no relacionamento corporativo, nas contratações, demonstrando um perfil, quase sempre agressivo, empreendedor. Tem até curso que ensina o pretendente ao cargo a impressionar o contratante.
Da mesma forma, o jeitinho de levar vantagem tomou conta do mercado. A família apoia, a empresa apoia e a política medíocre do governo nas suas práticas questionáveis e antiéticas endossa.
Neste cenário teatral do mundo corporativo, do de salve-se quem puder, nós professores, somos olhados nas salas de aula como poetas, como ‘Quixotes’, lutando contra a indiferença, contra a gozação velada, ante a retórica e os exemplos do mercado.
Na opinião dos alunos, ou somos ingênuos, alienados, ou falamos de um mundo que não existe.
Provavelmente estão pensando que não adianta lutar contra o sistema, e, quem pensar o contrário está ou será excluído. Realmente não concordo, devemos cuidar da nossa imagem, da nossa carreira da mesma forma que cuidamos de uma marca, a nossa marca.
Cabe a nós a responsabilidade de transformar as premissas, as histórias, os sonhos em realidades, multiplicando sucessos e superando fracassos.