Quando se está produzindo um evento, um filme, um livro, um espetáculo, se você tiver chance de comer, coma; se tiver chance de dormir, durma; se tiver chance de ir ao banheiro, vá. Você nunca sabe o que vem depois.
Em mais esta oportunidade, acordei muito cedo, pois tinha um Uber marcado para ir ao aeroporto de Guarulhos; destino Porto Alegre e depois, Serra Gaúcha, Gramado e Canela.
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Eu presto serviço a uma empresa de lá do sul.
Naquele momento, estava terminando, em parceria com um grande amigo, de escrever um livro sobre os bastidores do Natal Luz e, toda a saga que envolveu um monte de gente, muito competente, transformando a cidade em um destino super desejado.
O dia não começou muito bem, pois tomei meu café e parti para o aeroporto. Como sempre, com o tempo contadinho.
Claro-que aconteceu um acidente na marginal e eu cheguei em cima da hora. Mas, não tinha bagagem para despachar, check in já feito, direto para o portão de embarque. Tudo certo. Quase tudo. O avião começa a taxiar e, de repente, para.
O comandante informa que detectou uma luz, que acendeu, e não deveria, que haveria um reparo rápido e logo seguiríamos viagem; por este motivo, não haveria necessidade de desembarcarmos.
Uma hora depois, nosso comandante volta ao sistema de som e informa aos comissários que a decolagem estava autorizada.
A viagem transcorreu tranquila, até chegarmos ao Rio Grande do Sul, onde uma enorme neblina estacionou, em cima do Aeroporto Salgado Filho. Mais 40 minutos rodando, até que finalmente aterrissamos.
Bem, a essa altura eu já estava atrasadíssimo.
Fui ao guichê do ônibus e pedi uma passagem para o próximo que iria subir a serra. Mais uns 40 minutos de espera. Mas a pessoa que me vendeu a passagem me instruiu que iria passar um logo e, que se eu tivesse sorte, alguém poderia ter desistido, e assim, sobraria um lugar para eu embarcar.
Na mosca! O ônibus parou 2 minutinhos depois e, apesar da minha fome aquela altura, tinha lugar vago e lá fui eu. Eram 11:30 hs e só o café no estômago e uma água, no avião.
Um pouco de trânsito na saída de Porto Alegre, mas as 14:30 hs eu estava passando pelo pórtico da cidade. Neste momento meu telefone toca. Era o meu amigo, perguntando onde eu estava, pois queria que eu passasse em seu escritório, para vermos algumas coisas do livro.
Bem, já estava atrasado mesmo. Avisei à turma de Canela. Saltei na rodoviária e já havia um carro, para me levar à reunião com este meu amigo. Afinal estávamos finalizando um trabalho de 8 meses, o livro, A LUZ QUE TRANSFORMOU UMA CIDADE. Os bastidores do Natal Luz de Gramado.
A essa altura eu já sentia um enorme vazio na barriga. Mas, iniciamos nossa reunião, a ilustradora estava junto e o dono da editora também.
Pensei, 4 para falar, isso não vai ser rápido.
Duas horas depois, quase 17 horas, eu já estava quase desmaiado de fome. Como estávamos num hotel, pedi socorro. Meu amigo então chamou um garçom.
Pedi um sanduíche daqueles incrementados.
E a saga do sanduba começou.
Passaram, 10, 20, 30 minutos. Meu amigo, que é dono do hotel, já estava ficando injuriado com a demora.
Começou a chamar os responsáveis, para que verificassem o que estava acontecendo.
Mais 10 minutos, e o sanduba apareceu.
Quando o garçom tirou aquela tampa prateada, a casa quase caiu. Ele não deixou que eu comesse o sanduba; chamou do chef da cozinha ao responsável por A&B, apontando para o sanduíche e perguntando se aquele era o jeito correto de prepará-lo.
Mandou todos embora e fez uma pergunta: em quanto tempo vocês me trazem um sanduíche novo, mas do jeito que nós estamos acostumados a servir?
A resposta veio: 5 minutos!
O sanduba foi embora.
Passaram-se os 5 minutos e, nada.
No sexto minuto, entra o garçom esbaforido e coloca em minha frente o bendito.
Finalmente eu iria comer.
E qual não foi minha surpresa, quando ele se dirigiu ao garçom e ordenou: Pode levar de volta. Vocês falaram em 5 minutos, e já se passaram 6.
Eu não estava acreditando.
Levantei da mesa, e pedi pelo amor de Deus, que eu pudesse comer o sanduba, pois caso contrário iria desmaiar.