Profissionais

É tempo de festas e ponto final

O que importa é a gente estar ciente que é hora de festas e nessa perspectiva mais real, melhor esquecer a mídia com suas notícias ruins e requentadas e comprar um par de taças para um animado Tim-Tim de pró-seco, champanhe, do que for. Brindemos que celebrando a vida é que se vai para a frente.

Aprendemos que tudo na vida é passageiro e as crises se enquadram nesse contexto, toda crise passa, foi assim em 1973, em 1981, em 1992, em 2001, para citar as mais recentes e temos tanta convicção disso que a sabedoria popular nos lembra que após a tempestade vem a bonança. Que toda crise passa é obvio, o problema é QUANDO passa?

E me refiro a atual turbulência que apresenta todos os contornos, não de uma tempestade, mas de um Tsunami e para isso não sei se há ditado popular que resolva.

Se nada podemos fazer a esse respeito, se não podemos interferir no “time” da crise, melhor a gente se concentrar no que de fato interessa. É hora de festas e ponto final. Hora de pensar no Natal que a comunicação antecipou desde o mês de outubro com campanhas de antecipação de compras patrocinadas pelo varejo.

Essa urgência em criar um clima propicio de expectativas acabou meio que complicando o discurso da chegada do Papai Noel, antes um forte argumento de vendas. Hoje, reparo, que nossos criativos fazem de tudo para jogar para o escanteio o bom velhinho e o cliente topa por que ele próprio, e com razão, não mais acredita que o Papai Noel de fato exista.

Mas como ia dizendo é tempo de festas. Para uns. Não para a turma que com crise, ou sem crise, é demitida todos os anos das agências, nesta época, a pretexto de enxugar custos e enfrentar a recessão do verão que o nosso mercado, com raras exceções, nunca conseguiu encampar a seu favor, no sentido de oportunidades de negócios.

Tanto assim que mesmo no tempo das vacas obesas, quando o axé music despontava com toda força, e circulava dinheiro, as agências de propaganda ficaram distantes dessa oportunidade.

Mas, houve negócios gerados, sim, através de uma relação direta entre os empresários de entretenimento e os veículos de comunicação. Ainda que nem sempre negócios em moeda circulante, valia a moeda permuta, em especial nas mídias outdoor, rádio e jornal. Trocava-se espaço nos veículos por centenas de abadás e convites de camarotes e tudo sob um argumento técnico: Relações Públicas.

O bom de fazer parte desse mercado de comunicação é que a gente acredita nas besteiras que a gente cria, ou, ouviu falar e difunde no cacarejo. Me engana que eu gosto.
Pois é, é tempo de festas e ponto final.

Hora de nos divertir e acreditar que 2017 será muito melhor. Que venha o Natal e o Ano Bom como diziam os antigos, muito mais sábios do que nós, e que venha bom mesmo, no capricho.

A coisa está ruim, mas pode ficar pior, ou parecer pior, se o nosso engajamento nas redes sociais for exclusivamente em função de crises. Pense, nisso. Nada é como parece. Felizmente.

O que importa é a gente estar ciente que é hora de festas e nessa perspectiva mais real, melhor esquecer a mídia com suas notícias ruins e requentadas e comprar um par de taças para um animado Tim-Tim de pró-seco, champanhe, do que for. Brindemos que celebrando a vida é que se vai para a frente.