Podemos dizer que 2015 já acabou ou, mudando a perspectiva, está apenas começando. Olhando de forma racional, o desempenho econômico de 2015 acabou pegando muita gente de surpresa. Esperávamos um ano difícil, mas nem tanto.
Por outro lado, as dificuldades do começo do ano nos deram o tempo suficiente para fazer algo: nos prepararmos para 2016.
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Ou seja, para muitos, em termos de metas, 2015 já acabou. Vislumbrando 2016, temos tempo suficiente para fazermos um bom planejamento e para traçar uma rota em um mar que não deve ser de calmaria.
Na crise, a comunicação interna é a primeira a sofrer. Todas as empresas precisam reduzir custos, fazer mais com menos e encolher verbas. Fazer o “básico” é a ordem da vez. Mas o que significa, exatamente, fazer o “básico”?
Pode-se dizer que fazer o “básico” é seguir a rotina do dia a dia – mandar os e-mails diários, fazer a ação de Dia das Crianças ou doação de agasalhos e divulgar tudo isso na revista ou TV corporativa. Mas de que forma tudo isso está contribuindo para a construção e fortalecimento da cultura corporativa?
Para mim, fazer o “básico” é fazer o que é fundamental – definir a estratégia da comunicação interna. Esse é o primeiro passo para garantir que tudo esteja conectado, que atitudes e discurso sejam consistentes.
Em momentos como o que estamos passando, é muito comum precisar tomar decisões difíceis, como demissões, fechar alguma área de negócio, rever o planejamento com redução das metas e consequente corte nos gastos, não apenas nos custos.
Aqui vale ressaltar que gasto é diferente de custo, e, não raro, incomoda profundamente as pessoas, pois a classe executiva vira econômica da noite para o dia.
Se as coisas não fizerem sentido na cabeça dos funcionários, todas essas ações passarão uma percepção equivocada, e o que deveria ser uma solução se transforma em gatilho para uma situação ainda pior. A falta de confiança na organização.
Mas como fazer esse “básico”? As empresas precisam olhar para dentro, ouvir, aceitar críticas, construir junto. Sim, ‘co-construir’. Muitas vezes, não é possível resolver um problema no mesmo nível de consciência em que ele foi criado, ou seja, a solução pode não estar apenas no RH ou na área de Comunicação Corporativa.
A solução pode estar nas pessoas, afinal, é para elas que a comunicação interna é feita, e, ao mesmo tempo, é a partir delas que se chega às soluções dos problemas.
Um bom planejamento é fundamental para trazer os funcionários para a empresa, os transformando em agentes de mudança, engajados e comprometidos com os resultados.
E como fazer um bom planejamento? Partindo de um diagnóstico amplo, usando dados apurados em pesquisas, que possam nos orientar na hora de definir o que é importante, o que deve ser feito e o que deve ser deixado de lado.
Avaliar a efetividade da comunicação interna, tanto no que diz respeito aos canais de comunicação, quanto ao que as pessoas pensam, faz parte de um diagnóstico que pode indicar o caminho a ser seguido em 2016.
Em uma área cujo retorno é difícil de ser mensurado, trabalhar além da linha do "achômetro" é fundamental. É a profissionalização da área e a forma de agregar valor a um trabalho que não é fácil. Estamos falando de assuntos delicados, como Clima e Cultura Organizacional.
De volta ao dia a dia da empresa e da comunicação interna, quando essa crise se for, quem estiver preparado (estratégia) para implementar (tática) e monitorar suas ações terá a vantagem, seja na atração de talentos, seja na manutenção deles. Afinal, é disso que estamos falando, pois as melhores empresas têm as melhores pessoas.
Mas isso só será possível se você aproveitar esse momento de baixa e não ficar parado. Faça o seu diagnóstico, defina a estratégia e planeje como implementar tudo isso. Faça o “básico”.