Depois de passar pelas agências SunsetDDB e Adventures INC, sendo na última também como sócia, Inaiara Florêncio chega à Galena com a mesma inquietude que sempre a motivou nas decisões mais importantes de sua carreira.
Desde que decidiu abandonar locais de trabalho que não estivessem em sintonia com as bandeiras de inovação, diversidade e inclusão e respeito que levanta, Iná entendeu que alinhar o propósito pessoal com o do local que ela escolhesse para trabalhar seria fundamental para o próximo passo.
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Agora, a executiva assume como head de Marketing e Comunicação da Galena, edtech do grupo GK Ventures que qualifica jovens de escola pública para o mercado de trabalho.
Filha de professora, Inaiara sabe que o acesso à educação pode reduzir desigualdades, mas precisa caminhar junto a ações em outras áreas para garantir mudanças efetivas.
“Em muitos momentos, eu era a única mulher preta em alguma posição de liderança nos lugares que passei. Conforme fui crescendo, esse abismo ficava cada vez maior. Não tem como deitar tranquila como se isso fosse algo normal. Quando a gente chega lá, vê que tem muita coisa para fazer. É como se fosse uma missão infinita.”, explica Iná.
Com a pandemia, o retrocesso da educação foi mais alarmante, aumentando a falta de perspectivas da juventude, o que tirou ainda mais o sono de Iná. “Vivemos um mito de falsa meritocracia. O jovem periférico nunca partiu na mesma linha do restante. Já são mais de 4 milhões de jovens sem acesso à educação e emprego.”, reforça Iná.
O ativismo, a busca por justiça social atrelados à sua vasta trajetória em comunicação levaram Inaiara à Galena. Na startup, quem tem entre 18 e 24 anos pode fazer um curso com duração de quatro meses, 40 horas semanais, todo voltado para a vida prática nas companhias, simulando situações reais.
O currículo foi elaborado após conversas com mais de 100 empresas de diferentes categorias. Dessas, cinco em especial, participaram de toda construção das etapas propostas desde o início, sendo elas: iFood, QuintoAndar, Stone, Unilever e Dell.
A primeira turma da Galena, voltada para área de vendas e sucesso de clientes, estreou em maio com 60 alunos, após um processo de seleção entre 1.800 candidatos.
Agora, a edtech abre inscrições para a segunda turma, com início em setembro. “A primeira turma teve 30 inscritos por vagas, em um curso recém-lançado e sem nenhuma grande divulgação, mostrando o tamanho da carência do mercado. Para o nosso segundo processo, que já está com as inscrições abertas, serão 300 vagas.”, reforça Iná.
Destaque na luta por inclusão
Nos últimos anos, Inaiara Florêncio tem se destacado por atitudes de inclusão social, especialmente as pautadas na valorização da diversidade e da inclusão social no meio corporativo.
Na SunsetDDB, a executiva promoveu a participação da empresa como signatária de um documento assinado entre agências e o Ministério do Trabalho, em 2019, com o objetivo de promover a ascensão de profissionais negros no universo publicitário.
Foi esse ativismo por medidas mais inclusivas que lhe rendeu, ainda em 2019, o reconhecimento público no YouPix, com o prêmio dentro do mais importante evento voltado ao universo digital no país.
Na ocasião, Inaiara entrou para a seleção dos 15 profissionais que fizeram um trabalho essencial na indústria e ajudaram a construir um mercado de entretenimento e comunicação digital que se preocupa com a diversidade. “Foi muito importante fazer parte de uma premiação que seleciona quem realmente quer promover a mudança dessa engrenagem na indústria. A publicidade não reflete somente a sociedade, ela também tem o poder de validar e reforçar conceitos.”, explica Iná.
Para o seu futuro na Galena, Inaiara, além de juntar seu propósito com carreira, projeta uma sociedade na qual o papel das mulheres, de negros e todos os grupos politicamente menorizados não seja mais discutido, pois estará integrado socialmente em equilíbrio e igualdade.
“A luta por inclusão e a minha busca por um ambiente de trabalho que me estimulasse são dois nortes na minha vida que me trouxeram até aqui”, diz a executiva. “Estou aqui para ser um elemento ativo em processos de transformação significativos. A Galena nasce para ressignificar em enorme escala a forma de desenvolver e incluir jovens no mercado de trabalho. Essa é a nossa jornada, é sobre ser mais ponte do que muro. Essas 300 vagas são apenas o começo.”, finaliza Inaiara.