Recentemente, instalou-se uma polêmica a respeito do live marketing, também conhecido como marketing "vivo", um dos segmentos mais importantes do mercado e que foi muito difundido na gestão de Kito Mansano, ex-presidente da AMPRO, que fez com que o termo ganhasse, inclusive, um congresso bi-anual realizado em São Paulo.
"O surgimento do Live Marketing foi muito importante para o mercado de comunicação, pois trouxe o devido respeito para um segmento tão importante e principalmente mostrou que Live Marketing é estratégico, e como dito na matéria não mexe apenas com a cabeça e sim com o corpo inteiro. Hoje para falarmos com pessoas (conceito de human) o live marketing é a ferramenta mais eficiente e eficaz. Com o live marketing as pessoas ganharam voz ativa e o mercado entendeu de fato sua importância", diz Luciano Bonetti, publisher do ABC da Comunicação.
"Com dois Congressos Brasileiros realizados com sucesso e os principais players do mercado apoiando esse conceito ampliado e verdadeiro tradutor do que fazemos, o Live Marketing consolidou-se e é utilizado inclusive por vários orgãos públicos e entidades. Muito bom que empresários de nosso mercado aproveitem as oportunidades na mídia para mostrarem-se consistentes", pronunciou-se Wilson Ferreira Junior, atual presidente da AMPRO.
Em momento de crise, o live marketing é uma parte da economia que tende a mostrar ascensão neste final de ano, devido à movimentação agitada no segmento com as demandas corporativas deste período. O segmento é um dos que mais crescem nos últimos dez anos, com movimentação de aproximadamente R$ 45 bilhões em 2014, com aumento aproximado de 6% e perspectiva de mais 6% em 2015.
Optar pelo live marketing é uma estratégia de comunicação entre as empresas e seu público alvo. A AMPRO (Associação de Marketing Promocional) realizou uma pesquisa com agências da área – de marketing de incentivo, trade, eventos, logística promocional, espaços para eventos, cenografia, brindes, merchandising, entre outras, para entender as expectativas deste público com as demandas entre 14 de novembro e 15 de fevereiro. O resultado comprovou o crescimento.
Cerca de 100 profissionais foram entrevistados e 64% mostraram-se confiáveis de que haverá um aumento na demanda por mão de obra temporária no mercado do live marketing, pela necessidade da procura pelos serviços. A previsão da maioria é um aumento médio de 10% no quadro de colaboradores no período.
A AMPRO revisou as bases teóricas do Marketing Promocional, dando uma nova definição sobre o tema. Segundo pesquisas do Grupo de Estudos Acadêmicos da organização, o conceito passa a ser associado à "comunicação de marca com objetivo de incrementar a percepção de seu valor por meio de técnicas promocionais e pontos de contato que ativem a compra, o uso, a fidelização ou a experiência de produtos ou serviços". A reformulação surgiu da necessidade do setor de unificar e atualizar o tema, que encontrava divergências em sua constituição, não só no Brasil, como também em outros países da América Latina.
A Associação de Marketing Promocional é a maior entidade que representa o setor de Live Marketing em todo o país e a única que desenvolve nacionalmente a teoria e a prática do setor de forma ampla. Com sede em São Paulo, completa 23 anos em 2016 e possui cerca de 400 empresas associadas, com representação em várias regiões (sul, sudeste, centro-oeste e norte/nordeste).
Olimpíadas movimentam mercado de Live Marketing
O setor de Live Marketing já registra importante movimentação por conta dos jogos olímpicos. Especialmente na cidade do Rio de Janeiro, sede dos jogos, o crescimento no número de agências especializadas “migrantes”, nos últimos meses, chamou a atenção dos especialistas e o fato se deve pelo potencial crescimento na demanda de ações pontuais que devem acontecer até o megaevento.
“Temos observado um crescimento substancial no número de agências de fora do Rio, que estão migrando para a cidade, das agências de comunicação que se intitulam ‘Live’ e das já costumeiras que surgem todos os dias. Este movimento, embora natural, tende a diminuir a lucratividade do mercado regionalmente e dificultar as escolhas. Ainda assim, são os eventos como os Jogos Olímpicos que devem sustentar o Live Marketing na região nos próximos anos”, afirma o diretor regional da AMPRO – Associação de Marketing Promocional no Rio de Janeiro, Tony Coelho.
Assim como na Copa do Mundo, as disciplinas que compõem o Live Marketing são essenciais para que as marcas que desejarem aproveitar o momento façam valer a pena o investimento nos Jogos. “Mesmo aquelas marcas que não são patrocinadoras serão beneficiadas, se escolherem bem suas agências e trabalharem com planejamento adequado”, afirma o diretor geral da GAEL, agência associada AMPRO, Gaetano Lops.
Além dos investimentos agressivos das marcas que detém os direitos Olímpicos, há aquelas que não fazem parte do rol de patrocinadores oficiais mas querem, de alguma forma, aproveitar a oportunidade para realizar ações relevantes. “Um exemplo são os hotéis, bares, locais de eventos etc, que estarão repletos de turistas para assistirem aos jogos”, ressalta Lops.
Mesmo fora da capital carioca, há inúmeras possibilidades de ações, em especial as ativações de marca, já que os Jogos Olímpicos serão amplamente divulgados em todas as regiões brasileiras. Apenas o revezamento da Tocha Olímpica, que será dividido entre três patrocinadoras oficiais – Bradesco, Coca-Cola e Nissan -, deverá percorrer 250 cidades brasileiras durante 100 dias, entre elas todas as capitais e o Distrito Federal. “Ações ligadas à cobertura dos Jogos Olímpicos nos PDV’s, por exemplo, deverão ser as mais procuradas. O COI – Comitê Olímpico Internacional é muito rígido com suas regras e as marcas deverão focar em locais privados que possam garantir o controle das ações”, recomenda.
Nissan, Embratel, Coca-Cola e Bradesco são algumas das marcas que fazem parte do time de patrocinadores, já estão “vestindo” toda a sua comunicação com o tema dos jogos.