O essencial é visível aos olhos

Por Marina Pechlivanis
    
Qual o poder das marcas e das grifes?

Ressignificar o valor dos objetos e os rituais de consumo.

O processo de masstige (prestígio para as massas) vem fazendo um duplo trabalho nestes casos: por um lado, aproxima a base da população das grifes. De outro, estimula as vendas.

Para os fashionistas, o conceito é o de diffusion ou bridge, disseminado um certo padrão de gosto para os não habitués das tendências e do estilo. Para os mercadólogos, um dos mais efetivos business plans do cenário fashion, complementando as habilidades criativas de artistas renomados com o poder de venda das grandes redes de varejo.

No segmento de gifts corporativos, o fenômeno de atribuir grifes para valorizar produtos se repete. Quantos não ficaram conhecendo Romero Britto, Gustavo Rosa, Ronaldo Fraga, Isabela Capetto entre outros pelo copo de requeijão, caneca do cartão de crédito, eco-bag do shopping center ou mesmo pelo porta-papel higiênico decorado?

Uma peça inteiramente desenhada por um profissional tem seu preço, é fato. Tanto que já estão no jet set do bom presentear e dos eventos de negócios soluções desenhadas entre outros pelos Irmãos Campanha, Marcelo Rosenbaum, Fernando Jaeger, Jum Nakao, Guto Lacaz. 

Os objetos são mais ou menos desejáveis, mais ou menos valiosos, de acordo com a sua posição em um sistema simbólico. Cada um deles traz signos e símbolos encarnados, com significantes e significados que podem mudar por completo para cada civilização e cultura, para cada tribo, para cada pessoa. 

Deste fato deriva a complexidade de se criar uma taxonomia estruturada que organize e encerre o mundo das coisas, categorizado, gerando regras universais de valoração de mercadorias. 

O segredo é a mundialização. Padrões internacionalmente aceitos tendem a performar melhor: quanto mais as pessoas conhecem, mais querem se aproximar, aderir, comprar, usar. Especialmente se a promoção oferecer bons preços ou bons gifts.