Em mais uma grande manifestação pela volta dos eventos um grupo de mais de 2.500 profissionais ligados à indústria de eventos vai se encontrar neste domingo, a partir das 9h40, em frente ao Monumento Empurra no Ibirapuera, para a “1ª Passeata Geral pelo Retorno do Setor de Eventos”.
A chegada será organizada em grupos para manter o distanciamento com objetivo de atender todos os protocolos. O primeiro grupo estará no local às 7h
O movimento tem como objetivo enfatizar a importância do setor para a economia e fazer reivindicações consideradas urgentes para sobrevivência das categorias, como a criação de um programa municipal de retomada, a criação de uma linha de crédito voltada para o setor e uma renda mínima aos profissionais até o fim da decretação do estado de calamidade, a exemplo do PL 735.
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“Somos produtores, promotores, recepcionistas, carregadores, faxineiros, seguranças, brigadistas, enfermeiros, médicos, motoristas de ambulância, motoristas de transportes, cenógrafos, cenotécnicos, técnicos, animadores, decoradores de eventos, paisagistas, empresas de mobiliário, fotógrafos, cinegrafistas, produtoras de filmes, gráficas, artistas, buffets, chefs de cozinha, mestres de cerimônia, redatores, diretores de arte, planners, atendimentos, entre outros. Profissionais que se dedicam, dia a dia, para proporcionar engajamento com marcas, lançamentos de produtos, eventos e experiências ao público. Durante toda a história, nos dedicamos a fazer acontecer sem holofotes, mas a história mudou.”, afirma o produtor-executivo Felipe “Floripa” Guedes.
Formando “alas” que representarão os mais diversos serviços e profissões que envolvem os eventos, os profissionais vão montar um “desfile” por toda a extensão do trajeto, que compreenderá desde a saída lateral da Alesp – Assembleia Legislativa de São Paulo, vai contornar o Monumento Empurra, seguir até o Obelisco e retornar para a Alesp.
As alas serão sinalizadas por cordas, faixas e cartazes irão ilustrar momento dos profissionais. O distanciamento será respeitado com fitas coloridas que estarão nas mãos de cada participante, esticadas com 1,5m de distância. O uso de máscaras será obrigatório.
“Acima de tudo, queremos nos mobilizar de maneira única e unida, respeitando todos os protocolos e orientações da saúde. Organizamos a passeata reivindicando acesso aos créditos do governo, apoio e crédito aos freelancers. A ideia é reforçar os pleitos já manifestados pela passeata com cases, manifesto dos profissionais em espetáculos de São Paulo e outros movimentos que foram realizados entre o dia 02 de agosto e 1º de setembro de 2020.”, reforça Guedes.
Somente a indústria de eventos impacta mais de 50 setores da economia e movimenta, anualmente, no país, mais de R$ 930 bilhões, o que representa quase 13% do PIB – índice maior que o das indústrias automobilística, farmacêutica e a petrolífera -, com a geração de 25 milhões de empregos diretos e indiretos.
O Brasil organiza e recebe cerca de 590 mil eventos anuais. Com a necessidade do isolamento, 98% dos eventos foram cancelados no Brasil. De acordo com a Associação Brasileira de Eventos (Abrafesta), o setor teve queda de mais de 90% nos serviços. A ausência dos eventos já causou prejuízos estimados de mais de R$ 200 bilhões à economia brasileira.
“Expor as estatísticas não promove a retomada. Precisamos voltar a exercer nossas funções, com segurança.”, enfatiza Felipe Guedes.
Confira as reivindicações dos profissionais, endereçadas ao Prefeito de São Paulo, Bruno Covas, e secretários de Cultura:
1) A necessidade (obrigatoriedade) da contratação dos serviços de técnicos e operadores por parte dos teatros, espaços culturais, escolas, companhias teatrais e demais organizações beneficiadas pela Lei nº 14.017/2020/Aldir Blanc, observando a lei 6.533/78 e Decreto 82.385/78.
2) Criação de um programa municipal de retomada, para apresentação de um protocolo único para o setor de eventos seguindo as diretrizes da Anvisa, as recomendações do SUS e da OMS. Visando a retomada segura, para evitar retrocessos
3) Visando a estruturação para o enfrentamento de situações adversas futuras que venham a colocar em risco a sobrevivência dos profissionais da cadeia de produção cultural, no caso da não utilização plena dos 80% do recurso de auxílio emergencial da Lei 14.017/2020 / Aldir Blanc, que o saldo remanescente seja destinado a movimentos como Backstage invisível, Manifesto da graxa Brasil, AjudeUmFreela, SOS Mundo dos Eventos, EventoSOS e outros movimentos reconhecidos pelo setor e que já estão desenvolvendo trabalhos deste tipo para auxílio aos profissionais.
4) Solicitamos a criação de uma linha de crédito pelos bancos privados e estatais voltada para o setor de eventos, com concessão desburocratizada e célere, com juros subsidiados e carência para início de pagamento, visando principalmente o pagamento de folha de salários e das despesas ordinárias como (aluguel, água, luz) das empresas, bem como profissionais freelancers que emitem notas fiscais para o pagamento dos seus respectivos salários / cachês evitando sua falência como pessoas físicas e jurídicas.
5) Desta forma, assim como a PL 735, necessitamos com urgência que seja garantido a esses profissionais uma renda mínima aos invisíveis que prestam serviços exclusivamente no setor de eventos, garantido a subsistência de todos os seus familiares até o fim da decretação do estado de calamidade e o retorno efetivo do setor.