Na Escuta

“As marcas devem ser parceiras que agreguem valor para o jogo”, diz General Manager da Riot Games Brasil

No novo episódio, Diego Martinez, General Manager da Riot Games Brasil, e Juarez "Tchê" Fraga, Business & Partnerships Manager, falam sobre jogos, CBLOL e como as marcas parceiras constroem histórias de forma autêntica dentro e fora dos games

O novo episódio do Na Escuta invadiu o mundo dos games para entender mais sobre como entregar experiências para um público rigoroso e apaixonado. Cindy Feijó, CEO do Promoview e apresentadora do podcast, conversou com Diego Martinez, General Manager e Juarez “Tchê” Fraga, Business & Partnerships Manager no estúdio da MAXI sobre o ecossistema da Riot Games Brasil.

 A Riot Games, desenvolvedora de jogos e publisher, é uma empresa global presente em mais de 20 países e chegou ao Brasil em 2012. A marca dispõe de 5 games em seu portfólio e o principal, League Of Legends, possui mais de 180 milhões de jogadores

O Na Escuta recebeu a Riot Games Brasil como convidados

Espaço de experiências e oportunidades 

Um público apaixonado pelo produto demanda muitos pontos de atenção, 24 horas por dia. Desde a operação até a conversa com a comunidade, principalmente na hora de inserir marcas parceiras dentro desse ambiente. 

“Quando a gente vai falar com as marcas não é necessariamente a marca entrar e colocar um logo. Precisamos entender qual é o objetivo, o que a marca vai ter e o que ela está buscando. Mas, acima de tudo, a nossa preocupação é: como essa marca será vista dentro desse cenário que a gente, de forma tão exigente, busca trabalhar com a nossa comunidade para gerar as melhores experiências?”, explica Juarez “Tchê” Fraga.

E Diego Martinez acrescenta sobre o trabalho de educação que vem em primeiro lugar, já que o ecossistema é constituído por um público multigeracional: “A gente é capaz de atender pessoas de quarenta, cinquenta anos, como também pessoas que estão começando essa interação com os jogos. Então tem questões geracionais ali que você tem que adaptar”. 

Diego Martinez da Riot Games no Na Escuta

 E conclui explicando a importância de manter esse cuidado. “É fundamental o palco que você está montando, né? O espaço para convidar as marcas que têm esse interesse. A gente está super aberto para o que vai rolar adiante, a discutir, a educar, a compartilhar. Porque no fundo, é tudo a sua indústria que tá crescendo. A gente quer que todo mundo esteja no jogo”. 

Como que as marcas se inserem no ecossistema da Riot Games

Dessa forma, Juarez explica sobre esse cuidado com a experiência do jogador, e como as marcas parceiras conseguem contribuir. “O cuidado com o consumidor é o nosso mantra. Até quando a gente fala com as marcas. Como a gente, juntos, contribuímos para sempre aprimorar, ampliar e amplificar a boa experiência do jogador.” 

O jogo LOL é famoso por suas skins personalizáveis. Por outro lado, além de movimentar financeiramente o jogo, o item também é fundamental para os jogadores criarem as suas identidades dentro do game. “A gente não cobra pra você jogar. Você pode baixar qualquer um dos jogos de graça. O nosso conteúdo ele nunca vai dar pra você um uma vantagem, para todos terem uma experiência competitiva íntegra”, diz Diego.  

Diego Martinez e Juarez Fraga da Riot Games no Na Escuta

Por outro lado, as skins vão além dos fãs, sendo o fator mais comentado dentro do mercado, como explica o Business & Partnerships Manager: “É o primeiro ato de que a gente ouve falar. Até quando falamos para o nosso público, a gente está falando de um personagem que tem história por trás, né? A gente constrói histórias, a própria comunidade constrói muitas histórias  através do personagem que ela ama”. 

E cita um dos fatores essenciais para não existir essa relação das marcas dentro do jogo: “Eu vou dar um exemplo do que não funcionaria. Quando você fala: ‘quero entrar e criar a minha skin’. Se você criar determinada skin, você vai tá falando com o Diego, mas não vai estar falando comigo. Então você perde potencial daquele investimento, daquela forma de entrada. A gente está falando de um público multigeracional”. 

Juarez Fraga da Riot Games no Na Escuta

Martinez também traz outros pontos para a discussão, levantando a importância das marcas terem uma identidade: “O mundo no qual os jogos acontecem tem histórias muito bem amarradas. Se eu quero que a ação seja uma camiseta com o logo tal, estou ferindo esse princípio da história, porque determinado personagem nunca usou uma camiseta dessas. O jogador não vai mais se identificar com a história. Por isso, eu acho que tem essa questão da identidade que é muito importante de você trazer na conversa com as marcas”.

De acordo com a Riot, o jogador é o protagonista, e as marcas entram como um agente essencial dentro deste grande ecossistema.O jogador é o protagonista e sempre será o protagonista. Então, a gente fala muito a palavra história, né? É fazer com que a própria marca, ao longo do tempo dela conosco, crie a sua própria identidade dentro do universo”, discorre Tchê.

“Assim, quando a gente fala das marcas, eu não falo muito de imersão. Eu falo de envolvimento. Todo esse ecossistema que mencionamos anteriormente faz com que a gente esteja envolvido junto no dia a dia.”

Para as marcas, é importante lembrar que o jogador também é um consumidor de diferentes categorias de produtos, como Juarez pontua: “Eu falo isso principalmente porque muitos pensam na marca de tecnologia que patrocina esportes, por exemplo. E eu gosto de trazer o próprio exemplo do Campeonato Brasileiro de League of Legends (CBLOL). Por exemplo, o nosso primeiro patrocinador em dois mil e dezoito foi a Gillette e depois veio a Red Bull.

 CBLOL: Oportunidade para as marcas

O Campeonato Brasileiro de League Of Legends chama a atenção das marcas por ser diferente das competições tradicionais e trazer o olhar de milhões de telespectadores. Afinal, o DNA Digital, somado com a grande porcentagem de público que, além de assistir as partidas, também são jogadoras, fazem com que o engajamento seja muito alto. 

“Dessa forma, o nível de envolvimento, engajamento e paixão é muito forte né? E as possibilidades de construção de histórias de narrativas são imensas. Isso amplifica o produto de uma forma muito muito especial quando a gente fala de parceria”, comenta  Fraga

Neste contexto, a parceria precisa acrescentar pontos na narrativa e competição. “Precisa ser uma parceria que realmente agregue valor para todos os envolvidos, principalmente para o jogo. Daí vem o quê? O cenário competitivo. Cenário competitivo é realmente a grande porta de entrada para as marcas”.  

O evento possui cinco marcas parceiras: Mastercard, Heineken, Dorflex (Sanofi), Kitkat (Nestlé) e Dolce Gusto (Nescafé). Assim, o Business & Partnerships Manager traz uma campanha de exemplo para ilustrar como elas se tornam úteis para o campeonato:

“Não é um evento que se você vai lá só pra ver dois times disputando a taça. Você está indo lá por aquele momento. Então ali tem as ativações dos nossos parceiros. Por isso, falando sobre a Heineken, construímos o primeiro Halftime Show dentro de um evento de esportes no mundo. Foi através desse ato que hoje o público adora e percebe: olha como a marca foi útil ao ecossistema e engrandeceu o evento”

E o General Manager finaliza: Não adianta, vocês não vão colocar a marca diretamente no jogo. Porém, quando eu estou fazendo uma campanha com uma temática específica e eu consegui trazer uma marca que quer nos ajudar a contar história existe espaço para isso.” 

Sobre os entrevistados 

Diego Martinez, General Manager da Riot Games no Brasil, está na empresa desde 2016. Entre suas principais funções, o executivo é responsável pelos resultados e sustentabilidade de iniciativas à publicação de Games no país, bem como ao desenvolvimento de experiências.  Economista, formado pela Unicamp, Diego é especializado em Negócios pela Universidade de Stanford e pela Universidade da Virgínia, e em Administração de Empresas pelo Insper. Com mais de 18 anos de experiência, o executivo passou por diferentes segmentos, tendo atuado em empresas como a Accenture.

Juarez Fraga, Business & Partnerships Manager na Riot Games Brasil, acumulou a experiência nas indústrias de Games, Cinema e Streaming, que possibilitaram  a construção de parceiras comerciais, de marketing e conteúdo, em sua trajetória profissional. Da mesma forma, atuou em empresas como Omelete, CCXP, GameXP/Rock In Rio e Dueto. Ocupa desde maio/2021 o cargo de Head local de Patrocínios e Parcerias em Esports, e desempenha um papel estratégico nos campeonatos de Esports da Riot, como o Campeonato Brasileiro de League of Legends (CBLOL).