As marcas estão investindo com cada vez mais frequência em criações inovadoras para expor e vender seus produtos. Por outro lado, os creators atingem mais o público mais jovem, têm a “mão” para criar peças de comunicação assertivas com custo de produção menor para as marcas e plataformas.
O TikTok investiu US$ 1 bilhão em campanhas direcionadas aos criadores, enquanto o YouTube tem um fundo de US$ 100 milhões reservados para creators. Resumindo, as plataformas desejam atrair e reter creators, pois eles aumentam a base de usuários com suas criações.
Agora-a Meta, empresa matriz do Facebook e Instagram, anunciou vai dar aos criadores de conteúdo a oportunidade de vender artigos virtuais na Horizon Worlds, sua principal plataforma no metaverso.
“Estamos começando a testar várias novas ferramentas que permitirão que os criadores experimentem diferentes maneiras de monetizar o que estão construindo no Horizon Worlds. Por exemplo, alguém pode fazer e vender acessórios para um mundo da moda ou oferecer acesso pago a uma nova parte de um mundo”, indicou O CEO da Meta, Mark Zuckerberg em um comunicado à imprensa.
Apesar das boas intenções, o portal Business Insider apontou estes criadores de conteúdo precisarão pagar taxas de 47,5%. Em outras palavras, metade de sua potencial receita ficará com Zuckerberg. A própria empresa confirmou que os cálculos estão corretos, como mostrado abaixo.
“Se um criador vender um item por US$ 1,00, a taxa da loja do Meta Quest será de US$ 0,30 e a taxa da Horizon Platform será de US$ 0,17 (25% do restante), deixando US$ 0,53 para o criador antes de quaisquer impostos aplicáveis”, disse o porta-voz da Meta ao Business Insider.
Portanto, é possível que a Meta esteja se aproveitando da sua dominância no setor de hardware de realidade virtual para não apenas promover seus softwares como cobrar quanto deseja de colaboradores sem ligação com a mesma.
Tentando atenuar esta situação, a Meta também anunciou que pretende criar um programa de bônus, em que os criadores serão pagos no final do mês ao cumprirem determinado volume de faturamento. Neste caso, segundo a Meta “Estes bônus não estarão sujeitos a taxas e serão pagos integralmente aos criadores”.
Já o vice-presidente da Horizon, Vivek Sharma, afirmou ao The Verge que essas taxas são “bastante competitivas no mercado”. Contudo, já existem alternativas menos agressivas aos bolsos destes criadores.
Na contramão, os metaversos alimentados por criptomoedas podem se beneficiar disso. Afinal, criadores de conteúdo podem pagar taxas bem menores, o que resultaria em maiores incentivos e, por fim, em um ambiente mais rico, o que também atrai usuários.
Portanto, o futuro promete uma boa briga entre empresas privadas e projetos mais descentralizados. Por hora, estes últimos parecem estar oferecendo mais vantagens tanto aos desenvolvedores de conteúdo quanto aos usuários.
Segundo a Meta, a iniciativa vai criar mais “oportunidades para as próximas gerações de criadores”, além de expandir o fundo financeiro criado para a empresa, que atualmente é de U$ 10 milhões. A compra de itens no metaverso só será permitida para maiores de 18 anos nos EUA e no Canadá, onde o Horizon Worlds está disponível.
Conforme estes mundos virtuais visam replicar o mundo real, essa notícia mostra que uma característica já foi replicada: teremos impostos. Além disso, estes criadores também precisarão pagar impostos no mundo real, obviamente, sobrando pouco para quem estes trabalhadores.
O metaverso, considerado o futuro da internet pela Meta e outras companhias, consiste em uma série de “universos” paralelos que podem ser acessados por meio de plataformas de realidade virtual e aumentada. Isso já existe, ainda que mais básico, em forma de video games como Minecraft, Fortnite e Roblox, assim como plataformas sociais como Horizon Worlds e VRChat, onde as pessoas se reúnem não só para jogar, mas também para interagir e participar de eventos.