O Japão acaba de receber a primeira estação de trem construída por impressão 3D do mundo. O projeto da West Japan Railway Company (JR West), uma das principais operadoras ferroviárias do país, foi anunciado dia 11 de março de 2025 e entregue 15 dias depois. Entretanto, o que mais impressiona é o tempo que a estrutura levou para ficar pronta: aproximadamente três horas.
Entre a produção das peças e a montagem no terreno, o intervalo foi de seis horas, um período que também pode ser considerado recorde. A ação substituiu a estação de madeira em estado de deterioração na província de Wakayama.
Bastidores da operação
Para a construção, a JR West contratou a Serendix, empresa especializada na impressão 3D de casas, que levou sete dias para produzir as peças com um tipo especial de argamassa e o reforço com concreto.
Os itens foram transportados em quatro partes e montados de madrugada, durante uma pausa na circulação dos trens, para não atrapalhar o fluxo do transporte. Ao fim, a construção de 10m² durou metade do tempo estimado de 6 horas.
De acordo com a divulgação, optar por esse modelo de construção reduziu os custos da obra em 50% e o tempo, que duraria em média dois meses, foi substituído por menos de uma noite. Além dos “benefícios”, a empresa ainda garante que a estação foi projetada para resistir aos terremotos da região.
“Normalmente, esse tipo de construção leva meses, com trabalhos noturnos nos intervalos em que os trens não estão circulando”, explicou Kunihiro Handa, cofundador da Serendix.
A previsão da JR West é que a estação em 3D comece a funcionar no Japão em julho. Mesmo com essa rapidez inicial, ainda será necessário concluir o acabamento interno e instalar os equipamentos, como bilheterias e leitores dos cartões de transportes.
Mais tecnologia e menos mão de obra
Com o envelhecimento da população japonesa e a redução da força de trabalho, a manutenção da infraestrutura ferroviária, incluindo prédios antigos de estações, se tornou um grande desafio para as operadoras.
Os responsáveis pelo projeto acreditam que a estação impressa em 3D pode ajudar a resolver parte do problema, ao mostrar que é possível manter o serviço ao utilizar tecnologia para diminuir a mão de obra:
“Acreditamos que o grande valor deste projeto está justamente na drástica redução do número de pessoas necessárias na operação”, afirmou Ryo Kawamoto, presidente da JR West Innovations, braço de capital de risco da companhia ferroviária para o The New York Times.