O avanço do mundo tech impacta cada vez mais a rotina de empresas e a vida da sociedade globalmente. Segundo uma pesquisa divulgada pela Deloitte em março deste ano, cerca de 96% das 500 empresas ouvidas, cujas receitas somadas equivalem a 35% do PIB do Brasil, comprometeram-se a investir seus faturamentos em plataformas tecnológicas em 2022.
Nesse contexto, o próximo ano deve chegar ainda com mais potencial para inovação. As empresas precisam trabalhar para garantir as habilidades e os parceiros necessários para adotarem as principais tendências e tecnologias emergentes. Segundo a Gartner, os líderes de TI serão responsáveis em 2023 por três vezes mais endpoints do que o número de dispositivos hoje existentes em suas organizações.
Veja abaixo as três principais tendências do mundo tech para 2023.
1. Inteligência artificial
Em 2023, a inteligência artificial (IA) se tornará uma realidade nas organizações. A tecnologia será aplicada à ampla gama de informações, incluindo vídeo, imagens estáticas, fala, atividade de tráfego de rede e dados de sensores. Segundo analistas da área, o cenário tecnológico é complexo e continuará assim até o próximo ano, com muitos fornecedores de TI investindo pesado no desenvolvimento de IA e em serviços baseados em plataformas inteligentes.
A IA sem código, com suas interfaces fáceis de arrastar e soltar, vai permitir que qualquer empresa aproveite seu poder para criar produtos e serviços mais inteligentes. Compras e entregas autônomas e sem contato também serão grandes tendências nesse contexto para 2023. A IA ainda aumentará quase todos os trabalhos em todos os processos de negócios em diversos setores. Mais varejistas usarão a plataforma para gerenciar e automatizar os complexos processos de estoque que acontecem nos bastidores. Portanto, tendências de conveniência, como comprar on-line e retirar na loja, e comprar on-line e devolver na loja, devem se tornar um padrão.
A IA também será o motor por trás das mais novas iniciativas de entregas autônomas que os varejistas estão testando e implementando. Cada vez mais colaboradores do varejo precisarão se acostumar a trabalhar ao lado de máquinas.
2. Metaverso
Especialistas preveem que o metaverso adicionará US$ 5 trilhões (R$ 26,54 trilhões) à economia global até 2030, e 2023 será o ano que definirá a direção do metaverso para a próxima década. A tecnologia de realidade aumentada (AR) e realidade virtual (VR) continuará avançando. O destaque dessas primeiras atividades no metaverso é o ambiente corporativo. Em 2023, já devem se tornar realidades modelos de reuniões mais imersivas e outros projetos de trabalho.
Hoje, empresas já estão usando a AR e VR para conduzirem treinamento e integração. A Microsoft e a Nvidia já estão desenvolvendo plataformas de metaverso para colaboração em projetos digitais, por exemplo. Já a gigante de consultoria Accenture criou um ambiente de metaverso que reproduz escritórios reais da companhia, para que novos contratados e funcionários atuais possam realizar tarefas sem a necessidade de irem a uma unidade física.
No próximo ano, também haverá tecnologias de avatar mais avançadas. A imagem de uma pessoa no metaverso vai parecer exatamente como no mundo real, e a captura de movimento permitirá que avatares adotem a linguagem corporal do dono, evidenciando gestos únicos.
3. Tecnologias no-code e low-code
Já se fala sobre plataformas low-code há algum tempo, mas cada dia que passa essa tecnologia se torna mais essencial. Na era da sociedade 5.0, desenvolver sistemas com agilidade se tornou um passo básico para as empresas responderem às demandas e aos imprevistos do mercado. O sistema minimiza a codificação por meio de modelos predefinidos, com técnicas de design gráfico, como o drag and drop (arrasta e solta) e ferramentas simplificadas para os programadores desenvolverem aplicativos ou softwares com pouca ou nenhuma programação manual.
Em 2023, esse conceito deve caminhar mais um passo para se tornar o novo normal, já que as organizações podem responder rapidamente às novas tendências comerciais no mercado e atender às demandas diretamente da ponta da cadeia, em que os indivíduos têm total expertise sobre o negócio em seus departamentos.
O resultado dessa metodologia é a simplificação de processos e, consequentemente, maior eficiência dentro de um negócio ou departamento. Seja em qual segmento for, essas plataformas de desenvolvimento sem código e de baixo código dão às empresas mais flexibilidade para criarem suas próprias aplicações móveis para os utilizadores.
* Lázaro Pinheiro é CO-CEO TrueChange, pioneira em?Low-Code?no Brasil e principal parceiro da Siemens na América Latina.