O iFood, em conjunto com a Speedbird Aero, vai poder fazer entregas de delivery com a utilização de RPA (Aeronave Remotamente Pilotada) em todo o território brasileiro.
A ANAC deu à empresa a autorização para uso diário comercial que é inédita e a primeira das Américas.
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Dois anos atrás, o projeto começou de maneira inovadora em fase de testes de viabilidade em diversas regiões e contextos, com certificação (CAVE) – Certificado de Autorização para Voo Experimental).
Esse-periodo provou a viabilidade de operar drones com o objetivo de entregas e, com isso, receber essa Autorização que habilita a RPA (Aeronave Remotamente Pilotada) no modelo DLV-1 NEO, fabricada pela Speedbird Aero, a operar comercialmente em rotas BVLOS (Beyond Visual Line of Sight, em inglês), ou seja, fora da linha de visada visual do piloto.
A conquista se trata de um marco na aviação do Brasil, e também para o setor do delivery, pois permite o transporte de alimentos e outros produtos de modo regular e escalável.
“É uma conquista única para o Brasil. Esse é um marco histórico na aviação, mas também no desenvolvimento da sociedade. É o início de uma mudança que traz novas maneiras e agilizará as entregas em diferentes contextos ao colocarmos o uso de um modal aéreo em parte de uma rota de entrega”, declarou Fernando Martins, head de logística e inovação no iFood.
“Os drones complementam a entrega realizada pelos entregadores em parte do percurso, com a retirada do pedido em um droneport”, acrescenta o gestor.
O drone vai poder fazer entregas com cargas de até 2,5 quilos em um raio de 3 quilômetros, incluindo em localidades urbanas, permanecendo nas margens de segurança estabelecidas na iniciativa.
De acordo com Manoel Coelho, CEO e cofundador da Speedbird Aero, com o avanço da logística aérea não tripulada, as perspectivas de entrega se abrem para a ampliação do uso do equipamento.
“A diminuição dos tempos de entrega, a redução de custos e das emissões de poluentes, e otimização do tráfego terrestre são apenas alguns dos benefícios dessa atividade inovadora, que decola hoje no Brasil com a autorização concedida pela ANAC ao DLV-1 NEO”, conclui Manoel.
“A aprovação do DLV-1 NEO merece destaque por ser o primeiro multirotor aprovado pela ANAC e por sua aplicação, entrega de mercadorias. No processo que levou a esta aprovação, as características técnicas foram exploradas, com base em requisitos de segurança. A utilização de drones para entrega de mercadorias é uma das mais esperadas aplicações da tecnologia. O Brasil está na vanguarda.”, ressalta Roberto José Silveira Honorato, Superintendente de Aeronavegabilidade da ANAC.
HISTÓRICO – DRONES NO IFOOD
O iFood foi a primeira foodtech a fazer entregas com o uso de drone com as aprovações dos órgãos competentes em toda a América Latina.
O primeiro Certificado de Autorização de Voo Experimental (CAVE) foi conquistado em 2020, para o modelo DLV-1 Legacy.
Na época, a autorização permitia a realização de voos BVLOS experimentais, no Shopping Iguatemi de Campinas (SP), o que ofereceu a possibilidade de um teste mais controlado e tornou mais rápido o transporte dos pedidos do restaurante até os entregadores.
Foram feitas mais de 300 entregas pelo iFood, com mais de 20 restaurantes parceiros na região.
Em 2021, de maneira inédita no Nordeste, foram feitos novos testes para a entrega de refeições conectando dois municípios, entre Aracaju e Barra dos Coqueiros, em Sergipe.
O drone fazia um caminho inédito, cruzando o rio Sergipe a partir do Shopping RioMar Aracaju, e percorria 2,8 quilômetros até Barra dos Coqueiros.
Esse trajeto tem duração de 5 minutos 20 segundos com o drone, sendo que o mesmo trecho percorrido por via terrestre levaria entre 25 e 55 minutos, o que confirmou a validade da utilização de drones como parte dos modais de entrega pela sua agilidade.
Toda a operação é feita pela Speedbird, por profissionais habilitados e preparados para a aeronavegabilidade dos drones, de modo completamente seguro.
FUTURO
Após a autorização da ANAC, o delivery com o uso de drones em parte das rotas amplia as possibilidades de atuação e o alcance em novas áreas, além de ser mais uma opção de modal não poluente.
“Esperamos que todos possam ser beneficiados com essa inovação e nova tecnologia, desde consumidores, restaurantes até os próprios entregadores”, conclui Martins.
O projeto vai permanecer avançando e, como próximas etapas, novos locais serão analisados e será considerada a viabilidade de operação para investimento em outras regiões do país.