“NFT“, a abreviação de “token não-fungível“, foi nomeada a Palavra do Ano pelo editor de dicionário Collins, batendo “crypto” e “cheugy” (uma mistura das palavras ‘brega e ‘cringe’) no primeiro lugar.
Um NFT é “Um certificado digital único, registrado em uma blockchain, que é usada para registrar a propriedade de um bem, como uma obra de arte ou um colecionável.”, afirma o post no blog da Collins, publicado na quarta-feira (24/11).
Agindo como assinaturas virtuais, os NFTs provam a autenticidade de uma obra de arte, o que significa que obras de arte “originais” e seus proprietários podem sempre ser identificados por meio da cadeia de bloqueio, mesmo que uma imagem ou vídeo seja amplamente replicada.
A importância do termo NFT pode ser medida pela régua dos investimentos. Em termos globais, o mercado cresceu US$ 2,5 bilhões no primeiro semestre desse ano, puxado pelo mercado da arte, e, também, pelas áreas da publicidade e marketing, com empresas como Taco Bell, Coca-Cola, Campbell’s, Budweiser, Microsoft, Nike, Marvel, e Warner Bros realizando grandes projetos.
“Os NFTs estão expandindo rapidamente o setor de arte, e tornando a arte mais acessível a mais pessoas. Esperamos um grande crescimento à medida que grandes marcas – como, por exemplo, a Nike – lançam tokens oficiais e projetos”, comenta ao Valor Investe o fundador e presidente da Passfolio, David Gobaud. A fintech americana permite investir em títulos na bolsa americana utilizando criptomoedas a partir da conversão dos ativos digitais em dólares. Sediada em São Francisco, a empresa tem investido na oferta de produtos e serviços focando o público brasileiro.
Segundo o monitoramento do site NonFungible.com, o mercado primário, onde os ativos estão em seu estágio inicial de emissão, ainda dominam esse universo. Na parcela mais madura do setor — chamado de mercado secundário —, onde os usuários compram e vendem NFTs entre si, 65% dos tokens comprados resultaram em lucro, de acordo com a plataforma de venda OpenSea.
Tudo-isso porque eles proporcionam escassez, e, como resultado, o mercado de arte digital tem estado em expansão.
Em março, uma obra de arte digital chamada “Everydays”: The First 5000 days” vendida por $69,3 milhões no Christie’s, fez de seu criador, o designer gráfico Mike Winkelmann, mais conhecido como Beeple, um dos artistas vivos mais valiosos do mercado de arte.
A ideia de uma revolução digital também é registrada em outra das candidatas a Palavra do Ano do dicionário: ” cripto”, abreviação de ” criptomoeda, uma moeda digital que está desafiando as formas tradicionais de se comprar e vender, acrescenta o Collins.
O dicionário também mencionou o termo “metaverso” em seu post no blog, após o anúncio do Facebook de que mudaria seu nome corporativo para Meta.
Outras palavras selecionadas refletem a atual pandemia do coronavírus, como “double-vaxxed” (duplamente vacinado) e “hybrid working” (trabalho híbrido) formando a pequena lista de pré-seleção.