Mesmo que o Metaverso proposto por Mark Zuckerberg possa parecer um projeto distante, a realidade é que não só existem aparelhos dedicados a este novo mundo, como também há empresas que o viram como uma oportunidade única: a de vender humanos digitais para este universo 3D virtual.
É este o caso da empresa Soul Machines, sediada na Nova Zelândia. A Soul Machines foi criada por Greg Cross, que criou a empresa de tecnologia wireless PowerbyProxi, que foi vendida à Apple em 2017 por mais de 100 milhões de euros, e Mark Sagar, um médico engenheiro e vencedor de dois Oscars por seu trabalho em efeitos especiais.
A ideia da empresa é criar seres humanos digitais baseados em inteligência artificial para que seus clientes “proprietários” os utilizem em tarefas como atendimento ao cliente, vídeos promocionais, saúde e educação. Mas a empresa também tem o futuro em foco: eles querem criar uma força de trabalho destes avatares.
Quando jogamos um jogo, adotamos uma certa personalidade, quando treinamos nosso time de futebol infantil adotamos outra, assim como quando encontramos amigos ou estamos com nossos parceiros”, explica Cross.
“Como seres humanos, estamos sempre ajustando nossa personalidade. Através dos seres humanos digitais, podemos criar essas mesmas construções”, completa ele.
O interessante sobre esta tecnologia é que ela não é uma informação transmitida por um avatar, como a Alexa, com um rosto e reconhecimento facial que lhe permite identificar nossas emoções. Suas respostas e interações não são pré-gravadas.
Por ser baseado na inteligência artificial, ele pode responder a cada momento como uma interação natural. Na verdade, por enquanto a tecnologia só permite que o avatar utilize seu rosto e alguns movimentos das mãos, mas logo poderá utilizar todo o seu corpo, o que lhe permitirá, por exemplo, dar instruções para exercícios de recuperação ou atuar como intérprete de linguagem de sinais.
A Soul Machines já trabalha com a Organização Mundial de Saúde, a Universidade de Maryville, o Banco Westpac, a Polícia da Nova Zelândia e a empresa de cosméticos SK-II. Um de seus avatares, Ruth, é um “mestre padeiro” digital que trabalha para a Nestlé.
Todo o equipamento funciona em um sistema operacional chamado Humans OS 2.0. É uma plataforma de animação autônoma com um cérebro digital que permite que a IA aprenda a partir de suas interações com pessoas reais.