Futuro promissor

SXSW 2025: aplicações práticas de computação quântica devem aparecer nos próximos cinco anos

Painel apresentado por Charina Chou, COO de computação quântica no Google, mostrou ao SXSW como a tecnologia solucionará problemas complexos

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A computação quântica tem sido apontada como uma das tecnologias mais promissoras do futuro, e seu potencial de resolver problemas impossíveis para computadores tradicionais a colocou no no SXSW 2025, ao centro de um debate que vai além da ciência, abrangendo impactos econômicos, políticos e sociais.

No festival, a sessão “Quantum Computing—The What, Why, and When” reuniu especialistas para esclarecer o funcionamento dessa tecnologia, seus desafios e aplicações futuras. Charina Chou, COO do Google Quantum AI, destacou que “computadores quânticos são capazes de resolver problemas que são impossíveis para supercomputadores ou inteligência artificial, mesmo em seu melhor desempenho”.

O painel do SXSW 2025 também abordou a corrida pela computação quântica entre países e empresas, ressaltando que os avanços da computação quântica dependem de investimentos massivos e de colaborações entre o setor privado e governos. “Nenhuma empresa ou nação conseguirá desenvolver essa tecnologia sozinha”, afirmou Chou, reforçando a necessidade de cooperação internacional para superar barreiras como a escalabilidade dos chips quânticos e a correção de erros.

Por que a computação quântica ainda não foi adotada de forma massificada?

Imagem mostra Charina Chou e Reed Albergotti, em painel sobre computação quântica no SXSW 2025
Imagem: SXSW/Reprodução

Entre as principais dificuldades apontadas, está a necessidade de criar qubits mais estáveis. O Google anunciou recentemente o Willow, um chip que demonstrou um avanço significativo na redução de erros, mas ainda distante do que seria necessário para aplicações práticas. “Conseguimos atingir um erro a cada mil operações, mas para resolver problemas reais, precisaremos reduzir para um erro a cada milhão”, explicou Chou.

“Qubits”, para os não iniciados, são algo como uma versão superpoderosa dos “bits” que permeiam a computação tradicional. Enquanto os bits têm uma natureza binária (seus valores só podem ser “0” ou “1” e, com base nisso, atribuir funções às aplicações), os qubits podem ser “0 e 1” ou “ambos”.

Para simplificar: imagine jogar uma moeda no ar. Enquanto ela voa, não é nem cara, nem coroa. Você só vai saber quando ela cair, já que você verá o resultado quando ela parar de girar no ar. Qubits são como essa moeda, existindo em múltiplos estados até serem “medidos”. Quem entende o experimento mental do “Gato de Schrödinger” vai compreender os qubits mais facilmente.

A questão é: mesmo com desafios técnicos consideráveis, a expectativa é que a computação quântica comece a apresentar utilidade prática nos próximos cinco anos, especialmente em áreas como química, descoberta de novos materiais e simulações moleculares.

Os impactos da computação quântica no marketing e eventos

Embora seu impacto imediato esteja mais voltado para setores como saúde e energia, a computação quântica também deve transformar profundamente o marketing e a organização de eventos, segundo Chou posicionou no SXSW 2025.

Imagem do Willow, o chip para computação quântica do Google
O Willow, chip de computação quântica do Google (Imagem: Google/Reprodução)

1. Processamento de dados e personalização avançada

A capacidade dos computadores quânticos de processar múltiplos cenários simultaneamente permitirá uma personalização muito mais sofisticada. Atualmente, a inteligência artificial já personaliza recomendações e anúncios com base em padrões de comportamento, mas a computação quântica poderá “calcular interações e preferências do usuário em tempo real, sem precisar de históricos extensos”, parafraseando a painelista.

Isso significa que campanhas de marketing poderão ser ajustadas dinamicamente conforme o comportamento do consumidor, e eventos poderão adaptar experiências ao vivo com base nas reações do público.

2. Otimização logística e previsão de tendências

Eventos de grande porte exigem um planejamento logístico complexo, desde a alocação de espaços até o controle de fluxo de participantes. Com a computação quântica, será possível testar milhares de combinações de forma simultânea, permitindo prever gargalos, otimizar deslocamentos e antecipar demandas com maior precisão.

Além disso, algoritmos quânticos poderão analisar tendências emergentes de forma mais rápida e precisa, permitindo que marcas e organizadores de eventos se antecipem às mudanças de comportamento do público.

3. Novos formatos de experiências imersivas

A interação entre computação quântica, inteligência artificial e realidades imersivas abrirá possibilidades inéditas para o marketing de experiência. A criação de ambientes virtuais hiper-realistas poderá permitir ativações de marca em escala global, sem barreiras geográficas, enquanto novas técnicas de simulação tornarão campanhas publicitárias mais envolventes.

Chou também destacou a relação entre a computação quântica e a ideia de multiverso, sugerindo que essa tecnologia poderá contribuir para a criação de múltiplos cenários virtuais simultaneamente. “Não provamos que os multiversos existem, mas os cálculos quânticos sugerem que diferentes estados podem coexistir ao mesmo tempo”, explicou.

O que esperar nos próximos anos?

Imagem mostra Charina Chou em painel sobre computação quântica no SXSW 2025
Imagem: SXSW/Reprodução

Apesar do entusiasmo em torno da computação quântica, especialistas alertam que ainda há um longo caminho a percorrer antes que essa tecnologia esteja amplamente acessível. “Nos próximos cinco anos, esperamos demonstrar pelo menos algumas aplicações úteis”, afirmou Chou.

No setor de marketing e eventos, isso significa que as primeiras implementações dessa tecnologia estarão ligadas à otimização de processos e análise de dados. No entanto, à medida que os sistemas quânticos se tornarem mais robustos, o impacto poderá ser ainda mais profundo, redefinindo a maneira como marcas interagem com o público.

A corrida quântica já começou. As empresas que se prepararem para essa nova era terão uma vantagem significativa na criação de experiências mais inteligentes, personalizadas e eficientes.

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