O fato histórico que estamos presenciando é algo inimaginável, intangível e impossível de mensurar.
A questão aqui não é a mudança, porque o mundo sempre mudou, mas a velocidade em que precisamos nos adaptar e nos reinventar frente a uma ameaça invisível.
É inevitável, portanto, tomar consciência do quanto ficamos fragilizados e sem controle para enfrentar um inimigo que não conhecemos e sequer podemos vê-lo.
Que loucura se instaura quando nos deparamos com nossa vulnerabilidade? Como é difícil admitir que perdemos o comando da nossa vida. Ou será que nunca tivemos e agora só abriram as cortinas da ilusão?
Eu, que tenho como principal atribuição ajudar shopping centers a conseguirem um melhor desempenho, me encontro agora em um grande paradigma.
No artigo de janeiro deste ano, pontuei que o sucesso dos shopping centers e varejo está relacionado com a conexão humana e a convivência social.
A grande aposta para este nosso mercado era uma promessa no Brasil, uma vez que não se tratava de adventos tecnológicos caríssimos, mas de algo que estamos acostumados a fazer. Infelizmente, a convivência social está temporariamente suspensa, colocando todos nós em quarentena e em isolamento social, porém, a conexão humana pode acontecer de forma virtual, entre as pessoas e com o varejo.
Essa crise tem uma curva conhecida e de fato é necessário atuar rápido, pois nenhum incêndio começa grande. Situações extremas exigem soluções extremas. Sem saúde não há vida.
Agora é um momento delicado. Estamos atravessando uma turbulência, mas o avião não vai cair. Vamos superar e sobreviver. Precisamos praticar o exercício da humildade. Humildade para saber que não temos todas as respostas e precisamos estar permeáveis para alterar o que precisa ser transformado com seriedade e resiliência.
Isso não significa se render a tristeza de ficar em casa, por exemplo. Precisamos resgatar também a alegria para apaziguar nossas emoções.
Vamos aproveitar para estreitar o convívio em família, desenvolver novos hábitos, aprender coisas novas, ler, estudar, cozinhar, dormir mais, meditar, apreciar o pôr-do-sol, o silêncio… enfim, resgatar referências de valores do passado.
Quando tudo isso terminar, precisamos estar prontos e renovados para o novo recomeço, que na minha opinião será um novo viver em uma nova forma de vida.