Experiência de Marca

Esporte x Covid-19

O esporte vive de jogos, disputas, eventos, treinos, medalhas, resenhas, mas isso tudo está suspenso com a pandemia. O que fazer para suprir isso?


Os quase 4 meses sem competições esportivas e até mesmo a inusitada transferência dos Jogos Olímpicos para o próximo ano, deixou órfãos milhares de torcedores e amantes do esporte e também as marcas que encontram nessa plataforma uma forma de contato, sinergia e visibilidade.

O esporte vive de jogos, disputas, eventos, treinos, medalhas, resenhas, mas isso tudo está suspenso com a pandemia. O que fazer para suprir isso? 

O jeito foi engajar torcedores em ações sociais, leilões (como a Assistência de Craque da FPF), live (como a divertida invasão de Jaqueline do Osasco Vôlei) e aulões/treinamento com atletas, desafios, passeios virtuais por estádios, campeonato da modalidade no formato game… enfim, tudo para manter a conexão com o fã, por intermédio de conteúdo que não fosse a competição em si. Importante esse vínculo, mas haja criatividade.

Agora, pelo menos no futebol, campeonatos internacionais e nacionais estão voltando, mesmo que sem torcida presencial, o conteúdo volta a acontecer e atende a carência de diversão e de proximidade com seu clube e/ou modalidade querida. 

A F1 com menos provas, com protocolos super-rígidos e até com pódium robotizado (over ao meu ver), parece ter trazido um telespectador brasileiro de volta às manhãs de domingo. 

No último GP da Hungria, a rede Globo teve média, 9.3 pontos* com picos de 10, mesmo sem termos pilotos representando o Brasil, fez sucesso no período matutino. 

A Liga esportiva mais global – a NBA – voltou em 30 de julho, num esquema de confinamento de atletas e staff e sem plateia e tende a crescer mais ainda no gosto do brasileiro, pois os índices em 2019 aumentaram 41% na ESPN, isso porque a TV Bandeirantes (canal aberto) também transmitiu alguns jogos e agora deve manter-se numa  crescente com menos alternativas de entretenimento.

Sabemos que esporte e música são meios de comunicação que atravessam fronteiras, que trazem alegria, promovem pertencimento, adoração e catarse. 

Sem os eventos presenciais ou voltando aos poucos, sem a possibilidade de interação do espectador, mais do que nunca é hora dos patrocinadores ativarem e aproveitarem essa lacuna com esse torcedor tão carente e tão confinado em casa zapeando nas TVs e celulares.

Algumas marcas efetivamente ativaram, como o Airbnb, o mais novo patrocinador dos Jogos Olimpícos criou um festival de experiências on-line com atletas renomados no mundo todo para acontecer na mesma data das Olimpíadas. 

A Premier League teve 3 ações da Budweiser, com o revival de um comercial incônico de “wassup” estimulando as pessoas a torcerem de casa, com um concurso de selfies para imagens estarem nos outdoors de estádios e um cobranding, onde os fãs podem ir para a “Budweiser Store”, disponível apenas via Uber Eats, onde podem comprar todos os itens essenciais do dia do jogo com entrega gratuita com um gasto de £ 10. 

Aqui no Brasil, algumas marcas entenderem o momento de mostrarem que é hora de estarem junto e que isso será percebido. Como a VivaGol – site de apostas – criou o Corneta NBB, para ativar a Liga de basquete com um jogo de perguntas e respostas, com jogadores e fãs, criando um ranking e sorteio de prêmios e estimulando o cadastro das pessoas no site. 

O torneio de e-Sports da Liga americana de basquetebol ganhou patrocinadores que estavam na Liga presencial e novos como a Tissot e SAP, isso em plena pandemia, mostrando a força e interesse na NBA 2K, ainda na linha dos games o CAP teve o Havan Furacao Fifa 2020, assim como outros times também se utilizaram dos jogos virtuais.

Agora é hora das marcas se valerem da ativação do patrocínio, primeiro por uma questão de investimento já alocado e também pela limitação de consumo do esporte pelos torcedores e os patrocinadores serão os vetores viabilizando essa criação da atmosfera de jogos, de engajamento e de reforço de marca.

A pandemia distanciou o esporte dos torcedores presencialmente, mas o estímulo ao pertencimento e de apoio, são fontes a serem exploradas pela marcas com outro formato de experiência. Fico o desafio ao live marketing à distância, mas real e de impacto.

 

*Cada ponto representa 74.987 domicílios.