O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou na última segunda-feira (11), a parceria que vai permitir a WarnerMedia que distribua os filmes da Universal Pictures no Brasil.
O documento oficial foi divulgado primeiro pela ANMTV e teve veracidade confirmada pela Filmelier.
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A autorização, que pode ser lida na íntegra aqui, não apenas torna a Warner Bros. Pictures Brasil na licenciadora oficial da Universal no país como centraliza 22,2% do mercado de cinema atual no território em uma única empresa.
Embora a Warner se torne responsável por longas e outras mídias da Universal no Brasil, o documento do Cade diz que a medida não afeta tanto o setor de aquisição quanto as estratégias de marketing e orçamento de filmes, dado que ambos continuam separadas por aqui.
Este-tipo de acordo não é inédito no país – segundo o Filmelier, Warner e Fox já haviam tecido um negócio parecido entre 2012 e 2019, além da Universal com a Sony entre 2013 e 2016 – mas acontece no momento por conta especialmente dos efeitos da pandemia no setor exibidor.
Com o temor do contágio da doença, os cinemas viram a arrecadação cair drasticamente nos últimos meses, com o maior sucesso da reabertura sendo inicialmente o “Tenet” de Christopher Nolan com míseros R$ 5,9 milhões de bilheteria.
Vale notar que tanto Warner quanto Universal adotaram estratégias para contornar a situação nos Estados Unidos, mas não a repetiram as mesmas no Brasil.
Enquanto os filmes da primeira passarão por estreia simultânea nos cinemas e no HBO Max em 2021, a última desde julho de 2020 reduziu a janela de exclusividade das telonas para o streaming, podendo lançar títulos a partir da terceira semana de exibição ao invés dos tradicionais 90 dias – um período que continua valendo no território brasileiro.
O caso de “Mulher-Maravilha 1984” é representativo do problema a ser encarado. Enquanto o primeiro capítulo da franquia passou da barreira dos R$ 100 milhões no país durante o primeiro mês de exibição em 2017, a continuação de acordo com o Comscore no mesmo período só registrou R$ 25 milhões, afetado não apenas pela pandemia como pela pirataria graças ao lançamento no streaming apenas nos EUA.
Com o HBO Max sem previsão de lançamento no país e um verdadeiro catálogo de blockbusters em mãos para o próximo ano – que inclui títulos como “007: Sem Tempo Para Morrer”, “Velozes e Furiosos 9”, “Esquadrão Suicida” e “Duna” – a Warner Bros. Brasil agora tem muito a planejar em pouco tempo.