Tech

Santos apresenta o 'Token da Vila'

Cada Token pode ser adquirido por R$ 50,00 e dá direito a uma fração pela negociação de jogadores do clube

O Santos lançou o “Token da Vila” atrelado a direitos em possíveis negociações de atletas como Neymar, Gabigol e Rodrygo. Isso porque o mecanismo de solidariedade da Fifa garante ao clube um percentual em transações desses jogadores. 

É uma iniciativa já feita em modelos similares pelo Vasco e o Cruzeiro. O produto lançado pelo Santos foi em parceria com a Mercado Bitcoin. Cada Token saiu pelo valor de R$ 50,00 e há 450 mil disponíveis para comercialização, o total pode chegar a R$ 30 milhões. 

Mas-como funciona o produto? 

Ao pagar R$ 50,00, o torcedor/investidor compra uma fatia dos direitos recebíveis do Santos do mecanismo de solidariedade de 12 atletas. 

Entre eles, estão Neymar, Gabigol, Rodrygo, Veríssimo, Yuri Alberto, Allan Patrick, entre outros. O clube tem percentuais de até 5% em negociações desses jogadores por ser o formador —percentual depende do período em que ficou no Santos.

O Promoview tem um canal exclusivo sobre NFTs. Clique e conheça!

“O mecanismo de solidariedade garante um percentual dos direitos do Santos sobre a venda. Caso Neymar saia do PSG e vá para o Real Madrid, o Santos tem uma fração. Não é Fan Token. Compra por R$ 50,00 e rentabiliza sua carteira. Esse valor de solidariedade do clube será destinado aos compradores.”, explicou o diretor de marketing do Santos, Rafael Soares, que comparou o produto a comprar uma ação que pode se valorizar a R$ 300,00 ou não valer nada depois do final do prazo.

De acordo com Bruno Maia, CEO da Feel The Match e especialista em inovação e novos negócios na indústria do esporte, os fan tokens possibilitam a entrada de mais recursos para os clubes. Mas tudo depende da maneira como cada departamento de marketing conduzirá este novo produto.

“A novidade é atribuir um valor de ativo financeiro a um produto com o qual o fã cria relacionamentos e experiências com o clube e que antes era apenas um serviço, sem valor de revenda ou de valorização desse ativo. Com o fan token, isso passa a acontecer, o que pode ajudar os clubes a melhorar a parte financeira. É mais um produto, com muitas possibilidades de exploração, de criação de ideias, de novos formatos, para estimular o consumo”, diz Maia.

Assim como nenhum elemento do marketing faz nada sozinho, não só em clubes, mas em qualquer empresa, os fan tokens também precisam ter a imagem trabalhada para chegar ao consumidor de forma clara, oferecendo algo que seja palatável e legível ao torcedor. Ou seja, as pessoas precisam entender do que se trata este ativo digital para poder consumi-lo.

No caso do Santos, o ganho estará atrelado ao valor pago nas possíveis negociações de Neymar ou Gabigol, por exemplo. A vantagem para o clube é ter uma renda certa de quem topar investir. 

A página da Mercado Bitcoin registrava na última semana em torno de R$ 400 mil investidos nos Tokens da Vila em 24 horas. 

“O Santos está tornando um receita incerta, em uma receita certa. Não há garantia de que [os jogadores] vão ser vendidos. O comprador está comprando um investimento. Ele pode ter um lucro.”, complementou Soares. 

“Os tokens existem. Se nem todo mundo comprar, uma parcela é do Santos. O Santos fica com os tokens. Se vender todos os tokens, ele não vai ganhar nada nas transações. Não entra mais para o Santos, só para os investidores.” 

O Santos tem calculado quanto tem de percentual em cada um dos jogadores listados na bolsa. Assim, sabe como dividir os valores investidos pelos compradores dos Tokens.