Apesar do início da Copa do Mundo, ainda é grande a polêmica sobre a escolha do Qatar como país sede. Com várias restrições como vestimenta e demonstração de afeto em público, principalmente em relação à comunidade LGBTQIA+, algumas normas conservadoras da região estão gerando descontentamento nas marcas e na própria FIFA, organizadora da competição.
O problema da vez é com os comerciantes. As tendas, lojas e afins só poderão vender cerveja sem álcool, o que é uma alteração no acordo prévio onde as bebidas alcoólicas poderiam ser vendidas três horas antes ou uma depois das partidas, nos arredores dos estádios de futebol.
Por conta dessa alteração, os únicos lugares em que será permitido o consumo de cerveja são nos FIFA Fan Festivals e nas áreas VIPs dos estádios do Qatar. O copo de 500 ml sairá por cerca de 75 reais a unidade.
Contudo, medidas que limitem a marca Budweiser ou causem impactos em sua capacidade de comercializar seus produtos podem tornar complicada a relação da Fifa com um parceiro poderoso, sem falar na relação contratual entre a cervejaria, a entidade reguladora e os organizadores do mundial.
A Budweiser paga aproximadamente 75 milhões de dólares para associar sua marca à Copa do Mundo a cada quatro anos. Porém, a Copa do Mundo no Catar trouxe alguns obstáculos não tão comuns, o que acabou por causar tensões frequentes entre a empresa e a Fifa em assuntos que abrangem desde o acordo relacionado aos pontos de venda no Catar até a negociação de como conseguir suprimentos para o país.
O contrato da Budweiser com a FIFA não só lhe dá exclusividade de vendas, mas inclui a uma cláusula de que a empresa deve fornecer grandes quantidades de cerveja para membros e convidados da FIFA.
A Budweiser revelou que a Fifa não havia informado sobre as alterações até este sábado. A empresa está “trabalhando com a FIFA para realocar os pontos de concessão para os locais designados”, relatou uma porta-voz da Budweiser ao The New York Times em um comunicado.
A porta-voz se recusou a dizer se a empresa estava obtendo seus direitos sob seus contratos, dizendo apenas que “nosso foco é fornecer a melhor experiência possível ao consumidor sob as novas circunstâncias”.
A-decisão foi tomada pela própria família real qatari e aconteceu na sexta-feira, dia 18, dois dias antes da estreia da Seleção do Qatar, o que marca o início dos jogos de fato. Vale lembrar que a Budweiser é uma das patrocinadoras oficiais do evento, e foi diretamente afetada com as alterações de última hora. Todos os torcedores que viajaram ao Qatar para a Copa foram avisados previamente, e de forma oficial, que as bebidas alcoólicas seriam liberadas nos entornos dos estádios.
Um representante do comitê organizador da Copa do Mundo emitiu um comunicado, que disse ser em nome do torneio e da Fifa, minimizando as mudanças. “Os planos operacionais estão sendo finalizados”, dizia, acrescentando que “isso tem um impacto direto na localização de certas áreas de torcedores”. O comunicado não fez menção à cerveja, lembrando que o “horário de venda e o número de destinos de venda” permaneceram os mesmos nos oito estádios.
A seleção do Qatar estreia contra o Equador às 13 horas. O Brasil entra em campo pela primeira vez no dia 24, contra a Sérvia.