Até 2026, cerca de 25% da população mundial, algo em torno de 2 bilhões de pessoas, estarão ativas no metaverso. A estimativa é da Gartner, consultoria de tecnologia. Organizações e grandes marcas voltam-se cada vez mais para o ingresso nesse ambiente imersivo e completamente interativo.
O alcance do novo universo dos negócios promete ser gigante: este mercado deverá chegar a 996 bilhões de dólares em 2030, segundo a GlobalData, empresa de análises e tecnologia. Para efeito comparativo: em 2021 a movimentação foi de 22,7 bilhões.
Com ares futuristas, a plataforma que remete a realidades paralelas, em mundos virtuais, em pouco tempo fará parte do dia a dia das pessoas tanto quanto os smartphones atualmente. Alguns analistas preveem que em 10 anos as pessoas vão passar em média seis horas por dia em mundos virtuais.
Empresas investem cada vez mais em tecnologia para aprimorar a relação com os clientes, expandir a visibilidade das marcas e identificar novos fluxos de receita. A Viação Garcia, uma das maiores do País no setor de transporte rodoviário de passageiros, já garantiu seu lugar nessa nova dimensão tecnológica e lançou, em julho, a sua loja no metaverso.
“Se hoje este é um diferencial competitivo, muito em breve será uma imposição do mercado. Por isso decidimos dar este passo que, em breve, será inevitável para todos os setores”, afirma Estefano Boiko Junior, vice-presidente do Grupo GBS, que reúne a Viação Garcia, Brasil Sul, Princesa do Ivaí e LondriSul.
Para Gustavo Melles, head da Upper Tech, área de tecnologia da Upper ADucation Ecosystem e que presta suporte ao metaverso da Viação Garcia, este é um canal que veio para ficar e que vai transformar o modo de relacionamento entre as pessoas e as empresas.
“Expandirá as possibilidades, gerando mais receita e sustentabilidade. Mas ainda é o início. Estamos distantes da versão definitiva do metaverso totalmente imersivo, com transições perfeitas entre vários ambientes. Em uma perspectiva de cinco anos a plataforma vai amadurecer e se tornar popular”, prevê Estefano. “Inicialmente, criamos um ambiente futurista onde é possível com seu avatar (o seu personagem no metaverso) comprar passagens, visitar em 360º o interior dos ônibus, conhecer virtualmente o Museu da Viação Garcia e ter uma interação com um arco e flecha para acertar qual o seu próximo destino”, completa.
Em uma evolução deste projeto, já há várias novas ideias sendo desenvolvidas. Melles menciona, entre elas, permitir ao cliente visitar o seu destino antes mesmo de sair de casa. “Imagina que interessante antes de ir pessoalmente ao seu destino, explorar com seu avatar as belezas da natureza, os passeios turísticos ou até mesmo visitar o escritório que será sede de uma reunião, no caso de uma viagem corporativa. Tudo isso de forma 100% imersiva, sentindo o gostinho do que irá fazer na vida real”.
Neste novo mundo, a moeda é digital. O que também não é novidade para a Viação Garcia, que passou a aceitar criptomoedas em 2018. Este é um meio de transação em alta. Dados da consultoria B3 mostram que em torno de 4 milhões de pessoas físicas investem na Bolsa brasileira.
Já os números da Binance, provedora global de infraestrutura para ecossistema blockchain, indicam que mais de 10 milhões de brasileiros estão atuantes no mercado de criptoativos. Mas é importante observar que a incorporação de novas tecnologias é sempre um processo.
“Há diversos fatores que envolvem resistência à adoção, em especial o desconhecimento da tecnologia e seu propósito”, afirma Rodrigo Ikegaya, diretor de produtos da Foxbit, uma das maiores exchanges de criptoativos do País e administradora das transaçõe s por meios digitais da Viação Garcia.
Ikegaya aponta que, no caso do metaverso, o tempo é o maior aliado. “Se tomarmos a própria internet como parâmetro de evolução, apesar de em 1998 já existir acesso, somente mais de 20 anos depois foi que se tornou realmente popular. Ainda assim, acredito que a curva de adoção das criptos já tem sido menor do que foi a própria internet, e o metaverso segue nesta direção”, afirma.
O processo demandará tempo, mas as empresas que largarem à frente terão ganhos, alerta o diretor de produtos da Foxbit. Entre eles, o aumento de visibilidade da marca através do posicionamento de inovação e pró-tecnologia, o barateamento dos custos operacionais e o aumento da base de novos clientes. Além disso, diz que os pioneiros se beneficiarão mais cedo das facilidades de acesso e construção de feedbacks.