Um caso de violência sexual no metaverso foi denunciado pela organização sem fins lucrativos SumOfUs. Conforme noticiou a BBC na quarta-feira (25), o episódio em questão envolveu o avatar feminino de uma pesquisadora de 21 anos, que participava de um experimento no mundo virtual.
De acordo com a entidade, o abuso virtual aconteceu no serviço Horizon Worlds da Meta, atualmente acessível nos Estados Unidos e no Canadá. A plataforma de realidade aumentada, uma das maiores apostas do Facebook para o metaverso, conta com vários ambientes de interação.
As imagens do incidente, gravado sob a perspectiva da figura virtual da pesquisadora, mostram dois avatares masculinos próximos a ela, em uma sala. A dupla, que compartilhava uma garrafa virtual de bebida, faz comentários obscenos sobre a garota, segundo a publicação, que teve acesso a algumas partes da gravação.
O-recurso “Limite Pessoal” para evitar interações indesejadas, que define o distanciamento virtual de 1,2 metro na plataforma entre os avatares não incluídos na lista de amigos, estava desativado pela pesquisadora no momento do assédio. Ela também teria presenciado insultos homofóbicos e violência armada virtual no metaverso.
Impacto real
Apesar de o assédio ter acontecido no metaverso, a pesquisadora envolvida no incidente ficou chocada com a situação, de acordo com a diretora de campanhas da entidade Vicky Wyatt. Segundo ela, a vítima precisou se lembrar de que se tratava de um avatar e não do seu corpo físico para lidar com a experiência.
Wyatt disse ainda que ataques virtuais como este podem trazer um impacto real na vida de quem sofre o assédio, chegando a ser uma experiência “intensamente traumática” em algumas situações.
A SumOfUs pediu à Meta que investigue o incidente e tome providências para evitar novos casos de assédio no Horizon Worlds, além de sugerir a criação de um plano para mitigar os danos no metaverso.