Com a crise hídrica instalada em cerca de 11 Estados brasileiros, nada melhor do que o uso de aplicativos mobile para ajudar a controlar o consumo de água. Por isso, o Programa Benchmarking Brasil lançou o Hackathon Mais da Sustentabilidade em parceria com cursos de Tecnologia da Informação das universidades Anhembi Morumbi e Uninove.
O objetivo é incentivar e reconhecer o talento de jovens designers e programadores que, com seus aplicativos, ajudam a construir uma nova consciência e cultura em relação aos desafios socioambientais de nossa época. O programa recebeu cerca de dez projetos de aplicativos com foco no suporte ao uso racional da água, premiando e reconhecendo somente cinco deles. Representantes das empresas Google e Intel fizeram parte da comissão técnica que avaliou os aplicativos.
Fotos: Divulgação.
O aplicativo Level Up+, criado por Erico Luiz Frank, 19 anos de idade, e Rodrigo Silveira Dias de Lima, 30 anos de idade, alunos da Uninove, foi o grande vencedor pelo júri técnico. O app aposta no poder das mídias sociais já que os usuários postam fotos de vazamentos de água em vias públicas, pessoas lavando carros, calçadas etc. As fotos terão um geolocalizador de onde foi tirada ajudando os funcionários da rede de saneamento básico da cidade identificar e solucionar rapidamente o problema.
“Nossa ideia é trazer a responsabilidade social não apenas às empresas de saneamento básico, mas para o público em geral, para que atuem como vigilantes. Ele ajuda a passarmos pela grave crise hídrica, aliando rapidez e o alcance das mídias sociais.” explica o universitário Érico Luiz Frank.
Reconhecido pelo voto popular, o aplicativo Irriga-Ação auxilia no consumo inteligente de água para irrigação, uma das principais formas de desperdício do recurso no mundo que chega a 70%. Segundo seu criador, Fabrício Tenaglia, 23 anos de idade, da Anhembi Morumbi, o app calcula a quantidade de litros de água necessários para irrigar uma determinada área da propriedade, ajudando o produtor rural a usar o recurso de forma mais racional, evitando desperdícios, porém mantendo a produtividade.
De acordo com José Valdvogel de Almeida, professor do curso de Engenharia de Software da Universidade Anhembi Morumbi, o desperdício de água é um problema socioambiental com consequências graves para o meio ambiente. “O programa Hackathon Mais transporta os estudantes do âmbito acadêmico para tratar essa problemática por meio de ideias inovadoras e aplicáveis.” complementa.
O terceiro lugar ficou com o aplicativo Mizu (água em japonês), dos alunos da Uninove. Ele é um jogo eletrônico para Windows e Android voltado para o público infantil com o objetivo de ensinar as crianças a utilizar corretamente a água. Nele, o jogador assumirá o papel do personagem Mizu, que precisa descobrir o motivo do rio. O jogador terá que reverter esse quadro para evitar que o rio desapareça e a vida da região seja extinta.
O app Ponto Falho ficou com o quatro lugar. Ele é uma ferramenta fácil para ajudar a população a fiscalizar problemas de desperdício de água em vias públicas. Bastam três toques na tela do celular para fotografar o problema e informar o poder público. O aplicativo também pode elaborar relatórios diários sobre quantidade de pontos de desperdício de água e ajudar na melhoria de controle das autoridades e participação da sociedade de forma rápida e eficaz.
“A proposta é que cada denúncia se transforme em um chamado de atendimento e transforme o cidadão em um agente fiscalizador.” explica o aluno Igor Siqueira, 22 anos de idade, da Universidade Anhembi Morumbi. Pelo aplicativo, a população pode ainda monitorar o tempo médio gasto pela empresa de distribuição de água para consertar o vazamento e a quantidade de pontos de desperdício em toda a cidade.
O quinto lugar no ranking ficou com o aplicativo Reuso, de autoria do aluno Claudeiton Brito Dias, da Uninove. A ferramenta orienta como utilizar a água da chuva, do banho ou da máquina de lavar roupas para ser reutilizada para regar as plantas domésticas e evitar desperdícios sem prejudica-las. O app traz ainda dicas de como armazená-la.