O Coachella Valley Music and Arts Festival, realizado anualmente em Indio, Califórnia, segue sendo um dos eventos mais influentes do ano, mas à medida em que seus ingressos se tornam mais e mais caros — segundo a Billboard, em 2024, foram mais que 30 dias para o sell out chegar nos dois finais de semana da edição — artistas musicais e celebridades de outros nichos ainda vão em bandos para o festival, seja para cantar ou para exibir looks completamente únicos para a ocasião.
Hoje, essa é uma verdade inegável: o Coachella é muito mais do que um evento musical — é um dos maiores hubs globais de cultura, arte e inovação no entretenimento. A edição de 2025 já gera expectativas intensas, prometendo superar os recordes de público e ativações de marcas que compareceram em 2024. Reconhecido por unir música, moda e experiências imersivas, o festival se consolidou como um palco estratégico para campanhas de live marketing.
E isso representa uma oportunidade de ouro para empresas que queiram investir em ações de ativação e brand experience mais robustas, ampliando a inclusividade para além da música, contemplando outros setores. Mas a verdade é que isso foi uma ocorrência gradual…
As origens do Coachella: como um único festival conseguiu revolucionar o entretenimento
O início no deserto da Califórnia
O Coachella teve sua primeira edição em 1999, enfrentando desafios financeiros significativos, mas logo se tornou um marco cultural. Indio, com seu clima desértico e espaço amplo, foi estrategicamente escolhido para promover uma atmosfera única, agora parte da identidade do festival.
Mesmo naquela época, o Coachella já se firmava como uma plataforma inclusiva, ainda que estritamente musical: artistas do pop, rock, hip hop, EDM e quase todo o cenário independente tinha um espaço dedicado — robusto, até — onde suas artes e performances poderiam ser exibidas em diversos palcos.
Mesmo a escolha do local do festival — Empire Polo Club — era inicialmente um sinal de resistência: a venue foi selecionada em homenagem a um show de 1993, realizado pelo Pearl Jam. À época, a banda estava ativamente boicotando casas de shows controladas pela Ticketmaster por uma disputa financeira sobre o valor dos ingressos: a banda queria que os preços fossem acomodáveis; a empresa foi acusada de minar isso ao inserir taxas de conveniência e serviço das mais variadas.
Embora não fosse diretamente envolvida na criação do Coachella, a banda americana fez rodar as engrenagens que levariam a compra do que seria o Empire Polo Club, que eventualmente seria aberto e, em 1999 a primeira edição do histórico evento era realizada.
A Expansão Internacional do Conceito Coachella
O conceito de “globalizar” um evento pode vir de várias formas. A mais conhecida, obviamente, é a criação de uma edição especial em outro país — algo que, hoje, estamos mais do que acostumados em ver o Lollapalooza fazer, por exemplo.
No caso do Coachella, a globalização veio pela via contrária: o festival em si é exclusivo do deserto californiano, mas atrações e celebridades de todo o mundo. Na edição de 2023, por exemplo, as irmãs Jenner, Irina Shayk e a modelo brasileira Alessandra Ambrósio foram apenas alguns dos nomes “não musicais” a participarem da ocasião.
E com grandes nomes, vêm grandes marcas por trás desses nomes: nem é necessário falar sobre o império de cosméticos e beleza erguido pela família Jenner (e, por associação direta, o clã Kardashian), mas marcas de roupas tendem a oferecer peças exclusivas para celebridades participarem de situações onde o potencial de fotos e viralização nas redes é mais alto.
O sucesso do Coachella também inspirou eventos similares ao redor do mundo, como o Primavera Sound em Barcelona e o Lollapalooza em São Paulo. Esses festivais replicam o modelo de unir música, artes visuais e experiências de marca, demonstrando o impacto cultural do evento californiano.
Coachella e as Marcas: Onde Live Marketing Encontra o Público Perfeito
Parcerias de Sucesso
Assim como em outros festivais de renome, como Rock In Rio e o já citado Lollapalooza, o Coachella atual é palco não só para artistas, mas também para ativações poderosas.
Na edição de 2024, não foram poucas as marcas que apostaram no evento para promover seus produtos e serviços: Absolut, American Express, Aperol, Coca-Cola e Pinterest, para citar algumas, estiveram presentes em maior e menor grau.
Enquanto isso, edições anteriores viram nomes como Heineken, H&M e Adidas. Recentemente, a HBO Max também se destacou com o lounge “The Flight Attendant Preflight”, oferecendo experiências temáticas e atraindo milhões de visualizações online.
O ponto de atenção aqui é: espaços instagramáveis e experiências interativas que prendam a atenção dos participantes, são ferramentas emblemáticas já atreladas ao Coachella. Hoje em dia, poucos são os que separam “festival” de “publicidade”, e o público em geral entende que os dois são intimamente conectados.
Expectativas para o Coachella 2025
A edição de 2025 do Coachella já tem data marcada: 11 de abril de 2025 e 20 de abril de 2025, novamente espelhando-se no tradicional formato de festival de fins de semana. Também, como já de praxe, será no mesmo local: o Empire Polo Club.
Quanto ao line up de atrações, obviamente as ativações ainda não foram divulgadas — um indício de que as marcas e empresas ainda estão deliberando sobre quais experiências levar ao festival.
Já nas atrações musicais, o festival já conta com algumas confirmações bem consistentes: segundo o perfil do festival no Instagram, Lady Gaga, Green Day, Post Malone e Travis Scott serão os headliners.
Destes, Travis Scott teria confidenciado a pessoas próximas que levará uma estrutura chamada de CatcusCon (segundo a Rolling Stone) — uma experiência descrita apenas como “designs do deserto”, a qual ele planejava exibir na edição de 2020, quando o festival inteiro foi cancelado devido à COVID-19.
E, em 2021, teve um certo tumulto que deixou um sabor amargo atrelado ao seu nome…
Lady Gaga ainda é uma incógnita: a recém-confirmada artista a realizar show gratuito em Copacabana um mês depois do festival será sua headliner pela segunda vez (a primeira, em 2017, foi para substituir Beyoncé, então grávida), mas não divulgou nenhum detalhe de sua apresentação.
Post Malone já cantou no Coachella várias vezes, mas nunca liderou o festival como headliner. O rapper não informou detalhes do que pretende levar.
Finalmente, o Green Day comentou sua participação — a primeira em 37 anos de estrada, aliás — no festival, para a Rolling Stone: “nesse mundo virado do avesso, a gente sabe que uma coisa é certa: o rock’n’roll é para sempre, e seu espírito é mais necessário agora do que nunca. Então traga a sua raiva, a sua esperança e a sua voz mais alta. Coachella, vamos fazer uma festa para lembrar sempre!”