Em sua palestra “Reavivando o amor”, Rodolfo Echeverria, global VP da Coca-Cola, falou sobre as oportunidades e desafios de reposicionar “a mais global das marcas globais”. O executivo iniciou a sua apresentação mostrando a potência do brand love da empresa e revelando as primeiras aspirações da companhia quando nasceu: ter apenas uma atividade local “assim como os Beatles, que queriam tocar apenas para as pessoas de Liverpool”. Como curiosidade, ele apresentou ao público presente em sua palestra no El Ojo uma informação curiosa: Coca-Cola é a segunda palavra mais reconhecida do planeta, perdendo apenas para a expressão ok.
Mostrados os números do incrível alcance mundial, Echeverria mencionou as questões que motivaram as mudanças de rumo estratégico na comunicação da empresa nos últimos meses: o receio que a marca se torne maior que o produto. “A pessoa é capaz de vestir uma camisa da Coca-Cola e tem sinergia com a maneira como a gente se comunica, mas não bebe nosso refrigerante? É isso que não queremos”. Além disso, o executivo admitiu um esgotamento da fórmula da “felicidade”, conceito que movia há anos as campanhas do anunciante. “Ficamos muito tempo abrindo a tampa da felicidade, ficou grande demais o conceito. Sem contar que a palavra happy é uma das mais ouvidas em todo o mundo, principalmente depois das canções de Pharrel Willians”.
A partir deste diagnóstico, o marketing resolveu equilibrar a comunicação em dois pilares: os valores da marca e os benefícios do produto. Após todas as análises e estudos, chegou-se à conclusão que a felicidade que realmente vale a pena é aquela do cotidiano, das pequenas coisas e prazeres simples. “E é exatamente assim que os jovens vivem atualmente, compartilhando suas experiências”, afirmou Echeverria.
Com esses conceitos em mente e a ideia central de que “O simples prazer de tomar uma Coca-Cola faz com que seus momentos sejam ainda mais felizes”, a empresa lançou o seu mais recente posicionamento: “Sinta o sabor”. Com "Taste the Feeling", a companhia voltou a colocar o produto no centro de seus comerciais, sem deixar de lado a sua abordagem humana e emocional.
Segundo o executivo, do ponto vista de direção de arte, esse realinhamento conta com quatro princípios básicos: o produto precisa estar no centro, a proposta precisa ser visualmente sexy, as iniciativas precisam ser autênticas e reais e a identidade visual (sobretudo o vermelho) precisa estar sempre presente. Para exemplificar todo o discurso, Echeverria exibiu cinco filmes da nova campanha da Coca-Cola nos telões do salão principal de conferências do Hilton Hotel.