Juntamente com a necessidade de preservar o planeta e, portanto de adotar práticas mais responsáveis, vem a necessidade de termos uma atitude mais verdadeira. Aceitar esta nova ideologia e colocar em sintonia discurso e prática é uma tarefa árdua.
Para isso devemos fazer perguntas, rever nossos hábitos e nossas crenças. Precisamos nos abrir e nos defrontar com nossas falhas, ser humilde. O mais difícil é, ao conscientizar-se da falha, é ser transparente o suficiente para expor-se em busca da solução. Ser transparente rompe e derruba a barreira da privacidade e nos expõem.
Expor-se implica em sair da posição soberba e intocável. Atinge em cheio o brio daqueles que não admitem ser questionados. Alguns se julgam acima de qualquer suspeita e, portanto não permitem o diálogo franco e esclarecedor que agrega valor e traz à luz novos pontos de vista.
Acredito que isto tenha a ver com nossa herança cultural. Vinda da monarquia da religião e da política governamental. Um exemplo próximo de nós é a imunidade parlamentar e outras mais. Mas não é de políticos que se trata nosso assunto. Falamos aqui das relações diárias entre empresas e fornecedores, chefes e subordinados.
Hoje infelizmente nesta relação manda quem pode e obedece quem tem juízo. Entende-se por juízo a necessidade de manter-se no mercado pagando contas, impostos e folha de salários entre outras coisas.
Lamentavelmente, apesar de o discurso ser diferente, no nosso dia a dia o aceitar é o politicamente correto. Questionar decisões, apontar fragilidades no processo dialogar, trocar, sugerir, criticar tem uma conotação de rebeldia, inadaptabilidade, desajuste… algo indesejável , tornamo-nos personas non gratas. Minha expectativa é que diante do fortalecimento da responsabilidade corporativa, este aceitar se transforme em cooperar, contribuir, agregar. Muito diferente de importunar.
O novo é sempre assustador e precisa ser digerido por todos. Enxergar as vantagens desta nova maneira de ser pode nos ajudar a vencer o medo e os obstáculos dando-nos energia para ir em frente.
O que não podemos é nos render e desistir.