No mundo dos negócios não existe almoço de graça. Alguém está pagando essa conta. Fim de papo.
Estamos já completando um ano de pandemia e a proliferação de simulacros de eventos realizados em ambiente virtual permanece. E só permanece porquanto a imensa maioria tem sido 0800, ou seja, eventos gratuitos.
Mundo afora, nós, do setor dos eventos presenciais, levamos muitos anos (décadas) de aprendizado para chegar aonde chegamos.
Fomos aprimorando continuamente nossas ações para gerar cada vez mais e melhores resultados para os nossos players. A indústria digital que momentaneamente está “televisando” os eventos presenciais acha que está preparada para gerar esses resultados e adota números comparativos de ROI se apossando dos números dos eventos presenciais e criando uma expectativa de que essa solução não só contempla o momento atual de pandemia, como veio para ficar…
A-industria digital está viciada em avaliar eficácia por meio de números de cliques… Porque é assim que ela desenhou seu modelo de negócio, porque é assim (no caso da realização de eventos de negócios) que ela fatura em cima da (falsa) impressão de que é uma alternativa barata…
Quando as tradicionais organizadoras dos bons eventos de negócios estiverem quebradas (boa parte já está perto disso), aí a indústria digital terá margem para monetizar os eventos virtuais.
Em outras palavras, os tradicionais promotores de eventos de negócios presenciais estão perdendo a batalha para a pandemia e para a indústria digital.
Esse papo de que o evento digital tem um alcance muito maior é conversa pra boi dormir…
Quando se fala de eventos de negócios, estamos falando principalmente do VISITANTE QUE INTERESSA. Não estamos falando de números sem representatividade para o fechamento de negócios. Quantidade não é métrica verdadeira, especialmente com engajamento e resultados pífios..
Tenho refletido muito sobre essa situação e começo a fortalecer minha opinião de que talvez não devêssemos estar realizando nossos eventos tradicionais de maneira digital.
Quando muito, poderíamos ter, nesse período, desenvolvido alguns novos eventos, inéditos, e colocá-los no ambiente virtual para que, antes de adotar a alternativa digital, pudéssemos ter uma avaliação real de alcance com engajamento e de resultados efetivos para os players.
Insisto que, após 40 anos atuando nesse mercado e estudando o máximo que pude sobre a eficácia dos eventos de negócios como ferramenta para marketing e para vendas, o máximo que consigo enxergar de eficiência para as plataformas digitais é o seu funcionamento pós-evento como ferramenta de extensão da vida útil dos eventos presenciais, com os quais jamais conseguiriam concorrer não fora essa p*##@ dessa pandemia. Pronto! Falei!
Foto: Reprodução.