Em comemoração ao aniversário da cidade de São Paulo, o Museu Afro Brasil, instituição da Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo, oferece uma programação especial no dia 23 de janeiro, às 11h, com entrada gratuita.
O evento reúne a abertura de exposições de dois artistas paulistanos, o lançamento de uma publicação sobre os 100 anos de feiras livres em São Paulo e a realização de atividades educativas.
Foto: Reprodução/Google.
Lá se vão 462 anos desde que os padres jesuítas José de Anchieta e Manoel da Nóbrega subiram a Serra do Mar, construíram um colégio no alto do planalto de Piratininga e celebraram uma missa, em 25 de janeiro de 1554. Assim nasceu o povoado que, 157 anos depois, passou a se chamar São Paulo – a nossa São Paulo, a nossa cidade.
São Paulo é a maior e mais populosa cidade do hemisfério sul, com significante influência econômica e social em todo o cenário nacional e internacional. Cidade é conhecida por sua intensa vida gastronômica e cultural. Quando falamos em cultura, falamos de cultura material e imaterial, que se reflete em costumes, crenças, talentos – patrimônio.
São Paulo hospeda grandes eventos de representação internacional, oferece uma diversificada programação cultural, comporta importantes museus conhecidos em todo o mundo.
Quantos são os brasileiros representantes das Artes Plásticas que ganharam o mundo ao longo de nossa história? Muitos deles são paulistanos. É o caso dos artistas plásticos Fernando Ribeiro e Caíto, que juntamente com o Museu Afro Brasil, celebram o aniversário da cidade, com a abertura de duas exposições neste dia 23 de Janeiro.
Exposição “Louça Fina. A arte de Fernando Ribeiro”
A exposição “Louça Fina. A arte de Fernando Ribeiro” conta com 80 trabalhos inéditos – pinturas e colagens – compondo uma série na qual o artista plástico se apropria de ícones da pintura nacional e internacional, recriando e fazendo alusões à História das artes plásticas brasileira e mundial.
Ao utilizar suportes diferentes da pintura tradicional, Fernando Ribeiro busca tanto questionar o suporte da obra como também, a partir da apropriação de objetos de terceiros, estabelecer um diálogo com o espectador sobre questões variadas, desde o consumismo até o valor da obra de arte como memória e parte da história.
Simples pratos de papelão, de fácil acesso a qualquer um, se transformam, a partir da intervenção do artista, em sofisticadas e divertidas obras de arte.
Exposição “Cúmulo”
Excesso de coisas que se sobrepõem umas às outras; muitos objetos que se encontram amontoados, acúmulo e situação de incidência máxima.
A exposição “Cúmulo” traz 20 esculturas inéditas do artista plástico Caíto, inspiradas na palavra que dá o título à mostra.
Lançamento Livro “100 anos de feiras livres na cidade de São Paulo”
As feiras livres em São Paulo já são centenárias. Organizadas e disciplinadas por ato do prefeito Washington Luiz, em 1914, sobrevivem até os dias de hoje, apesar de todas as apressadas previsões que historicamente apontaram para o seu sempre iminente e completo desaparecimento das ruas paulistanas.
A publicação “100 anos de feiras livres na cidade de São Paulo”, edição da Via Impressa Edições de Arte, dos autores Antônio Hélio Junqueira e Marcia da Silva Peetz, será lançada no Museu Afro Brasil no próximo dia 23 de janeiro e resgata a memória dos primeiros 100 anos de existência formal das feiras livres na cidade de São Paulo – comemorados em 2014 – contemplando sua evolução histórica e lançando um olhar sobre o futuro destes equipamentos paulistanos de abastecimento.
Neste percurso, o engenheiro agrônomo Hélio Junqueira e a economista Marcia Peetz, mergulharam nas origens medievais dos mercados e das feiras populares europeias e, a partir daí, traçaram sua evolução e desdobramentos socioeconômicos e culturais desde que chegaram ao Brasil, trazidas pelos portugueses colonizadores.
Dos mascates e quitandeiras, até os dias atuais, os comerciantes varejistas ambulantes são mostrados em toda a riqueza de sua inserção urbana, quase sempre conflituosa e sujeita a perseguições e interdições públicas e de enfrentamentos policiais e políticos.
Segundo os próprios autores “muitos insistem no caráter obsoleto das feiras, apontando para seus desacertos em termos de sujeiras, atropelos ao trânsito, gritarias e descontextualização frente ao crescimento de equipamentos mais modernos e sofisticados, como os supermercados.”
E, salientando a inconsistência dessa crença, Junqueira e Peetz apontam para o fato de que elas continuam contemporâneas e presentes, com a realização de 871 feiras semanais realizadas na cidade de São Paulo atualmente, que reúnem perto de 13 mil feirantes.
Neste dia, além das duas novas exposições, o público poderá apreciar outras exposições temporárias em cartaz e visitar o rico acervo do Museu Afro Brasil.
Às 14h acontece a ação educativa para o público infantil “Kotambola ya bana”, que em lingala (um dos idiomas falados na República Democrática do Congo, juntamente com o kikongo e o francês, que é a língua oficial do país) quer dizer “Caminhada das Crianças”.
Nesta atividade, as crianças conhecerão as temáticas do Museu Afro Brasil, discutidas de forma lúdica, mobilizando experiências corpóreas, sonoras e táteis, durante uma visita à exposição de longa duração, com mediação articulada a brincadeiras e cantigas, convidando os visitantes a refletir sobre os temas abordados através da exploração de palavras e contação de histórias em lingala, kikongo e português, recursos visuais, movimentos corporais e músicas africanas, especialmente as congolesas.