A Rock Comunicação praticamente dobrou o seu faturamento no último ano depois de firmar parceria estratégica com a maior parte de seus clientes, por meio de fechamento de contratos anuais, deixando de operar apenas como executora de jobs pontuais.
A agência de marketing promocional dos sócios Kito Mansano, Henrique Alemão Sutto e Leonardo Prazeres divulgou faturamento de R$ 28 milhões no período de maio de 2008 (quando a agência foi criada) a maio de 2009, contra R$ 15 milhões no exercício anterior.
Basicamente na contramão do mercado, a Rock tem uma trajetória interessante. Enquanto a maioria das agências está associada a grupos maiores, a empresa surgiu no último ano após o fim da sociedade com a DPZ e a holding Clube.
A Rock operava há pelo menos três anos sob o nome Samba Comunicação. Além do aumento de faturamento, a equipe passou de 38 para 65 pessoas. Segundo a agência, no último ano foram investidos quase R$ 2 milhões.
Kito Mansano explica que o conflito de contas estava atrapalhando o negócio. “Estamos, de fato, há quatro anos no mercado. Nós compramos a participação da DPZ e da holding Clube, porque o conflito de contas era grande. Para citar apenas alguns exemplos, atendemos o Banco Real e o Itaú é cliente da DPZ. A Avon é um cliente nosso intenso e a Clube trabalha com Natura. Isso estava prejudicando a evolução de negócio. Ter um grupo ajudando, dando suporte é bom, no futuro talvez até busque esse caminho de novo, mas a ideia era ficar independente mesmo”, complementa Mansano.
O executivo diz que, além da conquista de novas contas como Gafisa, Nokia, Brasilprev e Claro, a mudança na estratégia de atuação da agência, tornando-se mais pró-ativa, foi fundamental para o aumento de faturamento. “Mudamos o posicionamento da empresa, que deixa de atuar apenas como executora de projetos pontuais para se tornar parceria estratégica dos clientes. Conseguimos mostrar que através de uma relação mais duradora os resultados são melhores, a agência consegue ser mais pró-ativa nas propostas, porque não dá para ser pró-ativo quando se executa somente um job”, fala.
Kito conta que hoje a Rock fecha contratos renováveis de um ano. “Ainda realizamos jobs pontuais, porque essa ainda é uma característica do mercado promocional”, completa.
Segundo ele, os negócios estão movimentados na área, porém a crise afetou o volume de investimento. Mansano estima que a queda é de até 40%. “A crise existe no volume de dinheiro, e não no volume de ações de negócios. Os eventos, convenções, promoções fazem parte do calendário das empresas. Os clientes não deixaram de executar, porém fazem com um valor reduzido de 40%. Um trabalho que custa, por exemplo, R$ 1 milhão, agora temos de fazer milagre com R$ 600 mil”, exemplifica.
Apesar do cenário, Mansano acredita que o segundo semestre será melhor. “Historicamente, o segundo semestre do ano é mais movimentado. Temos objetivo de fechar o ano com aumento de faturamento em torno de 15%. Estamos torcendo para que o mercado esquente novamente, acredito também que o trauma da crise vai diminuir e as empresas voltarão a investir mais”, avalia o executivo.